Sexta-feira, 24 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 15 de setembro de 2022
Uma pesquisa inédita realizada entre a Rede de Ação Política pela Sustentabilidade em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, com apoio do Fundo Canadá para Iniciativas Locais revela que 67,5% dos entrevistados têm medo de serem agredidos fisicamente pela sua escolha política ou partidária.
Os dados para o estudo “Violência e Democracia: panorama brasileiro pré-eleições de 2022, percepções sobre medo de violência, autoritarismo e democracia” foram coletados pelo Instituto Datafolha.
Democracias liberais
Ao todo, 2.100 pessoas participaram da pesquisa entre os dias 3 e 13 de agosto de 2022, compondo uma amostra representativa da população brasileira com 16 anos ou mais, em cerca de 130 municípios de pequeno, médio e grande porte. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos para mais ou para menos, considerando um intervalo de confiança de 95%.
O levantamento aponta também que 3,2% disseram ter sido vítimas de ameaças por conta da mesma razão apenas no último mês, que equivale a mais de 5 milhões de pessoas entre 8 de julho e 8 de agosto.
“As democracias liberais são constituídas na base de direitos, como o direito político, o de se associar, o de expressão. Quando temos uma população amedrontada é um risco para a própria democracia. As pessoas tendem a falar menos, a entrar menos nos processos políticos. Temos uma população com medo, que alega ser vítima nos últimos 30 dias. Isso coloca em risco a própria democracia”, afirma Mônica Sodré, cientista política e diretora da Rede de Ação Política pela Sustentabilidade.
Segurança pública
Renato Sérgio de Lima, sociólogo e diretor presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, afirma que esses dados da pesquisa reforçam a centralidade da segurança pública no debate político, em que a violência e o medo aparecem como chaves fundamentais para compreender a sociedade atual.
“Apesar da queda do número de homicídios, outros dados reforçam que vivemos em uma sociedade permeada pela violência extrema e pelo medo. E esse medo não parece descolado na realidade, sobretudo quando a pesquisa nos mostra que o equivalente a mais de 5,3 milhões de pessoas foram vítimas de ameaças por suas posições políticas somente no período que compreende os 30 dias anteriores às entrevistas do Datafolha.”