Sábado, 08 de Novembro de 2025

Home Feira do Livro 71ª Feira do Livro de Porto Alegre celebra literatura negra com a 3ª edição do Ciclo Preto Sou

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Nesta sexta-feira (7), a 71ª Feira do Livro de Porto Alegre foi palco da 3ª edição do Ciclo Preto Sou, iniciativa que reafirma o compromisso da Feira com a diversidade e a representatividade negra na literatura.

Com o objetivo de promover e valorizar a cultura e a produção literária afrodescendente, a programação contou com rodas de conversa, palestras, contação de histórias, oficinas e apresentações artísticas, reunindo autores, artistas e coletivos negros.

No turno da manhã, o Coletivo de Escritores Negros (CEN) participou da mesa-redonda Memória, territórios e afetos, parte do 9º Seminário O Conhecimento Transforma: Literaturas e Gêneros, promovido pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS).

Os escritores do CEN Rosa Mayommbe, José Antônio e Tiago Maria dialogaram sobre as relações entre identidade, ancestralidade e literatura contemporânea, destacando a importância da escrita como instrumento de resistência e pertencimento.

Durante o bate-papo com os alunos do 6º e 7º ano da Escola Estadual de Ensino Fundamental Araújo Porto Alegre e com a comunidade em geral, o professor e escritor Tiago Maria destacou a importância do contato direto dos estudantes com os autores. Segundo ele, ouvir trechos de livros e poemas na voz de quem os escreveu é uma forma de aproximar os jovens da literatura e de mostrar como a escrita pode ser uma expressão do que se sente e do que se vive. “É muito importante esse momento de virmos à Feira. É fundamental que os alunos saiam um pouco do bairro, pois muitos passam a vida inteira sem conhecer outros lugares. Então, vir até o Centro de Porto Alegre, ter contato com outras pessoas, ver livros expostos, especialmente na Feira do Livro, enriquece demais. Isso se reflete diretamente em sala de aula, na motivação deles e na qualidade dos trabalhos que produzem depois”, afirmou Tiago.

Os autores CEN também apresentaram as obras produzidas ao longo dos últimos anos: Meu corpo negro (2022), Meu corpo negro: memórias (2023), Corpo negro: territórios (2024) – vencedor do Prêmio da Associação Gaúcha de Escritores – e Meu corpo negro: afetos (2025), que será lançado durante a Feira, no dia 16 de novembro, às 14h.

A palestra Identidade, Cultura e Intertextualidade, conduzida por Camila Padilha, destacou a riqueza dos samba-enredos do Carnaval carioca como expressão cultural, literária e histórica. Em seguida, o historiador e escritor Marcelo Cortez apresentou O que nossos avós não puderam nos ensinar: ancestralidade e temporalidade, convidando o público a refletir sobre as conexões entre memória, identidade e ancestralidade.

A programação da manhã seguiu com a contação de histórias Conto do Preto Velho, apresentada pelo Mestre Griô Júlio Cezar Santos, e com o painel O mercado do livro e os afroempreendedores, que reuniu Gilberto Soares, Cristina Gamino Gomes Tonial e Waldemar Moura Lima para discutir os desafios e avanços da representatividade negra no setor editorial. O encerramento da manhã foi marcado por uma vibrante apresentação musical de Jorge do Trompete.

No turno da tarde, o rapper, palestrante e escritor Chiquinho Divilas apresentou Transatlântico negro e o hip-hop. Em sua fala performática, abordou a cultura hip-hop, grafite, dança e interpretou raps e poesias autorais, promovendo um espaço de reflexão sobre identidade, pertencimento e transformação social.

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