Quarta-feira, 30 de Abril de 2025

Home Colunistas A Força Silenciosa: A Honra que permanece

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Por Ricardo Andrade de Araújo

 

A transição para a reserva não remunerada não marca o fim da missão de um oficial – é apenas a mudança de cenário onde ele continua a servir. A farda pode ser deixada no armário, as insígnias podem ser cuidadosamente guardadas em gavetas de honra, mas os valores que forjam o oficial – a honra, a disciplina, a lealdade e o amor à Pátria – permanecem vivos e atuantes no coração de quem um dia jurou defendê-la com a própria vida.

O oficial da reserva não é um militar inativo. Ele é uma força moral em permanente prontidão. Sua experiência estratégica, sua formação de liderança e seu compromisso incondicional com a verdade e a justiça não se aposentam. Ao contrário: tornam-se ainda mais preciosos em um mundo civil que tanto carece de exemplos sólidos.

Sem os comandos diários da caserna, o oficial da reserva encontra novos campos de atuação: seja na convivência silenciosa do dia a dia, nos conselhos ponderados, no testemunho de vida ou apenas exercendo sua profissão civil com excelência e ética. Lidera onde não há hierarquia. Inspira sem precisar de ordens. Seu legado não é uma herança de palavras; é uma herança de exemplos.

Sua contribuição é discreta, mas profunda. A sociedade civil enriquece-se com a presença daqueles que carregam a cultura do dever acima dos interesses pessoais, do respeito às instituições acima das conveniências momentâneas. Em tempos de incerteza, a autoridade moral do oficial da reserva é um farol que aponta o caminho da integridade, do dever e da responsabilidade, guiando sem ofuscar.

Essa força silenciosa é uma continuidade natural da missão militar. Não concorre com os que ainda estão na ativa – pelo contrário, os honra. Não rivaliza com os civis – os fortalece.

Representa, acima de tudo, a consciência de que o compromisso com a Pátria é um chamado que atravessa as fases da vida e transcende os uniformes. Sua presença na sociedade é um ato de liderança, não uma liderança formal, mas moral – a mais difícil e necessária em qualquer sociedade.

O compromisso do oficial da reserva é mais difícil de perceber, mas jamais deixa de existir. Em cada reservista repousa uma herança viva, que não se mede em condecorações. Assim, entre a vida civil e a história militar, o oficial da reserva se torna um elo invisível que une o passado glorioso com o futuro promissor do Brasil. Porque enquanto houver um reservista fiel aos seus valores, o Brasil terá sempre uma sentinela de esperança, um exemplo – para seus pares, para a juventude e para toda a Nação.

 

Vice-Presidente da AOR/2-RS
2º Ten. R/2 Inf. 1996

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