Domingo, 14 de Dezembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 14 de dezembro de 2025
A liquidação do Banco Master expôs fragilidades financeiras no BRB (Banco de Brasília), que agora se vê às voltas com rebaixamentos das notas de crédito e questionamentos sobre suas necessidades de capital.
Autoridades afirmaram que o BRB comprou quase R$ 13 bilhões em créditos falsos criados pelo Master. Mais de R$ 10 bilhões foram substituídos ou liquidados, de acordo com o banco, mas ainda há dúvidas sobre a solidez financeira da companhia.
“Chama atenção o tamanho da carteira que teve de ser substituída”, disse Daniel Girola, analista sênior da Moody’s. “É um sinal de que houve falta de controle, de gerenciamento de risco”.
Após reduções na nota de crédito diante do colapso do Master, o BRB está sob revisão para possíveis futuros cortes. A Moody’s retirou as notas do banco no começo deste mês a pedido do BRB.
O Master vendeu carteiras ao BRB para enfrentar uma crise de liquidez após anos de rápido crescimento. Antes do aperto, os recursos do banco vinham de investidores pessoas físicas que compravam CDBS (Certificados de Depósito Bancário) garantidos pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos). O Master aplicava os recursos naquilo que críticos consideravam ativos arriscados e opacos.
Os problemas do BRB se intensificaram quando o Master foi liquidado no último mês e teve seu presidente, Daniel Vorcaro, preso sob acusações de fraude. Vorcaro nega irregularidades. Ele deixou a penitenciária após decisão judicial.
No BRB, o presidente Paulo Henrique Costa foi dispensado após a liquidação do Master e afirmou estar disposto a cooperar com as autoridades. Ele não quis comentar para esta reportagem.
Ainda que o BRB tenha substituído os ativos supostamente fraudulentos comprados do Master, há incertezas sobre a qualidade dos ativos usados na substituição, e também sobre o quão sério será o impacto do escândalo sobre a reputação do banco e acerca de sua capacidade de captar recursos.
A carteira de crédito comprada pelo BRB representava pelo menos 21% do portfólio do banco em junho, segundo a Moody’s. Ela foi substituída por ativos que incluíam empréstimos para empresas, fundos de investimento em ações, títulos do governo brasileiro e carteiras originadas tanto pelo Master quanto pelo Will Bank, fintech na qual o Master detém uma participação majoritária.
“Esperamos que as substituições possam aumentar o risco de concentração no perfil de qualidade dos ativos do BRB, que, de outra forma, é composto principalmente por empréstimos granulares e produtos garantidos”, comentou a Moody’s. Ao mesmo tempo, os índices de capitalização fracos e a baixa rentabilidade recorrente limitam a capacidade de absorver perdas, acrescentou.
O capital principal do BRB, conhecido como CET1, estava em 8,1% em junho, de acordo com o banco. O mínimo requerido pela regulação é de 7%. No Itaú, o maior banco da América Latina, era de 13,1%, e no BTG, 12%.
O BRB contratou uma investigação independente para apurar fatos relacionados à operação envolvendo o Master, informou o banco à agência de notícias Bloomberg. A instituição também disse que o Banco Central acompanhou o processo para substituir os ativos comprados do Master, e adicionou que o BRB atua como credor na liquidação do Master.
O BRB disse ainda que seu conselho de administração aprovou no mês passado um pedido para que o banco atue como assistente de acusação no processo relacionado ao Master. Com informações da Folha de São Paulo.
Por Redação Rádio Pampa | 14 de dezembro de 2025
A liquidação do Banco Master expôs fragilidades financeiras no BRB (Banco de Brasília), que agora se vê às voltas com rebaixamentos das notas de crédito e questionamentos sobre suas necessidades de capital.
Autoridades afirmaram que o BRB comprou quase R$ 13 bilhões em créditos falsos criados pelo Master. Mais de R$ 10 bilhões foram substituídos ou liquidados, de acordo com o banco, mas ainda há dúvidas sobre a solidez financeira da companhia.
“Chama atenção o tamanho da carteira que teve de ser substituída”, disse Daniel Girola, analista sênior da Moody’s. “É um sinal de que houve falta de controle, de gerenciamento de risco”.
Após reduções na nota de crédito diante do colapso do Master, o BRB está sob revisão para possíveis futuros cortes. A Moody’s retirou as notas do banco no começo deste mês a pedido do BRB.
O Master vendeu carteiras ao BRB para enfrentar uma crise de liquidez após anos de rápido crescimento. Antes do aperto, os recursos do banco vinham de investidores pessoas físicas que compravam CDBS (Certificados de Depósito Bancário) garantidos pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos). O Master aplicava os recursos naquilo que críticos consideravam ativos arriscados e opacos.
Os problemas do BRB se intensificaram quando o Master foi liquidado no último mês e teve seu presidente, Daniel Vorcaro, preso sob acusações de fraude. Vorcaro nega irregularidades. Ele deixou a penitenciária após decisão judicial.
No BRB, o presidente Paulo Henrique Costa foi dispensado após a liquidação do Master e afirmou estar disposto a cooperar com as autoridades. Ele não quis comentar para esta reportagem.
Ainda que o BRB tenha substituído os ativos supostamente fraudulentos comprados do Master, há incertezas sobre a qualidade dos ativos usados na substituição, e também sobre o quão sério será o impacto do escândalo sobre a reputação do banco e acerca de sua capacidade de captar recursos.
A carteira de crédito comprada pelo BRB representava pelo menos 21% do portfólio do banco em junho, segundo a Moody’s. Ela foi substituída por ativos que incluíam empréstimos para empresas, fundos de investimento em ações, títulos do governo brasileiro e carteiras originadas tanto pelo Master quanto pelo Will Bank, fintech na qual o Master detém uma participação majoritária.
“Esperamos que as substituições possam aumentar o risco de concentração no perfil de qualidade dos ativos do BRB, que, de outra forma, é composto principalmente por empréstimos granulares e produtos garantidos”, comentou a Moody’s. Ao mesmo tempo, os índices de capitalização fracos e a baixa rentabilidade recorrente limitam a capacidade de absorver perdas, acrescentou.
O capital principal do BRB, conhecido como CET1, estava em 8,1% em junho, de acordo com o banco. O mínimo requerido pela regulação é de 7%. No Itaú, o maior banco da América Latina, era de 13,1%, e no BTG, 12%.
O BRB contratou uma investigação independente para apurar fatos relacionados à operação envolvendo o Master, informou o banco à agência de notícias Bloomberg. A instituição também disse que o Banco Central acompanhou o processo para substituir os ativos comprados do Master, e adicionou que o BRB atua como credor na liquidação do Master.
O BRB disse ainda que seu conselho de administração aprovou no mês passado um pedido para que o banco atue como assistente de acusação no processo relacionado ao Master. Com informações da Folha de São Paulo.