Sexta-feira, 20 de Junho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 20 de junho de 2025
A apresentadora Luciana Gimenez passou por alguns sustos nos últimos anos. Em janeiro de 2023, precisou passar por uma cirurgia de emergência para tratar fraturas na tíbia da perna esquerda, entre o joelho e o tornozelo, após um acidente esquiando em Aspen, no Colorado, nos Estados Unidos.
Mais recentemente, em março deste ano, ela precisou se submeter a uma cirurgia de emergência para corrigir uma hérnia de disco na coluna cervical, procedimento que envolveu a remoção do disco danificado e a colocação de uma prótese. A cirurgia a fez ficar afastada dos exercícios físicos, que realiza desde os 13 anos, a privou de ter boas noites de sono, a fez perder a voz e desencadeou algo que ela não estava acostumada: sentir medo.
“Tenho medo de fazer coisas que antes fazia, como patinar, por receio de cair, ou acontecer alguma coisa que faça voltar a ter aquela dor. E isso para mim é muito estranho, porque não sou uma pessoa que tenho medo de fazer as coisas. A gente começa a colocar o tempo na balança também. Por exemplo, aproveitei o carnaval este ano, depois disso não fiz mais nada. A minha vida literalmente parou”, afirma.
Confira a entrevista a seguir:
1-Como você cuida da sua alimentação?
Ser saudável virou um estilo de vida para mim. Sempre fui uma pessoa muito atenta com o meu corpo e não costumo fazer dietas restritas ou me privar de comer algo que tenho vontade. Mas também não exagero nas coisas que vou comer. Se quero, como. Fui ao cinema um dia desses e comi pipoca doce, por exemplo. Adoro sorvete e bolo de chocolate. Mas no dia a dia costumo fazer refeições mais leves e com comidas saudáveis. De manhã, como um ovo, um pãozinho branco que adoro, uma fruta. No almoço, como uma proteína, salada, legumes. Costumo tomar shakes de proteína à tarde e um docinho também, geralmente um chocolate 70%. Não vivo para comer, como para viver. Já entendi que se quero ficar magra, que é uma coisa que gosto, não dá para ficar comendo um monte de porcaria porque vou engordar. Na realidade, é uma matemática muito simples: não pode ingerir mais do que você gasta.
2-Como é sua relação com o álcool?
Bebo pouquíssimo. Para não ser chata, quando vou para a balada posso tomar um vinho. Ando sempre com o mesmo copo na mão, para as pessoas não ficarem me oferecendo. Não bebo porque não me identifico com a sensação de estar bêbada. Fui a um restaurante com um amigo e uma menina que claramente estava bêbada me convidou para dançar umas três vezes. Na quarta, ela disse que eu estava desanimada. Virei para ela e disse: “não é que estou desanimada, só não estou bêbada”. Também bebo uma cerveja na praia. Mas em seguida viro três copos de água, desesperada para não ficar bêbada. Se bebo mais, no dia seguinte fico inchada, abatida, desidratada, tenho aquela dor de cabeça, aquela sensação estranha. Fora que é calórico, né?
3-Você já afirmou que não dorme bem. O que faz para tentar ter uma boa noite de sono?
Sempre dormi muito bem, mas de uns dois anos para cá tive uns problemas de saúde. Perdi a habilidade de dormir naturalmente. Confesso que estou meio angustiada com isso, porque sou uma pessoa que gosto de dormir, de ficar na cama. Não sou daquelas que se contentam com quatro ou cinco horas de sono. Quer me ver de mau humor é ficar sem dormir ou dormir pouco. Não funciono antes das 11 da manhã, marco minhas reuniões para depois desse horário. Estou conversando com um médico sobre isso, entrei no esquema de desligar as telas algumas horas antes de dormir, colocar uma música relaxante, ler um livro, ficar longe do celular.
4-Suas cirurgias foram complexas, elas deixaram outras marcas no seu estilo de vida?
Tenho três hérnias, mas apenas uma “explodiu”. Posso dizer que foi a dor mais horrível que já senti na vida. É absurda. Acordei sem conseguir me mover. É algo que não dá para ignorar ou continuar a vida. Além do medo que não passa. Porque se você machuca a perna, sabe que o osso vai colar ou reconstruir, mas a coluna você não sabe. Já se passaram quase dez semanas desde a cirurgia e ainda sinto medo. Tenho duas protusões e fico pensando “quando elas vão explodir”. Tenho medo de fazer coisas que antes fazia, como patinar, por receio de cair, ou acontecer alguma coisa que faça voltar a ter aquela dor. E isso para mim é muito estranho, porque não sou uma pessoa com medo de fazer as coisas. A gente começa a colocar o tempo na balança também. Por exemplo, aproveitei o carnaval este ano, depois disso não fiz mais nada. A minha vida literalmente parou. Está sendo complicado. Estou me acostumando a ter paciência e aceitar o processo, porque foge das minhas mãos. É preciso tempo para me recuperar e eu voltar melhor, mas é angustiante essa espera. Não está sendo uma boa experiência.
5-Você sempre se dedicou muito à atividade física. Isso mudou depois das cirurgias?
Estou voltando agora e, por isso, longe da forma física que gostaria de estar. Estava ótima no carnaval, com a massa magra lá em cima, mas com as internações e cirurgias precisei me afastar. Ainda estou com medo de fazer exercícios muito pesados, sobrecarregar músculos ou fazer algo que estimule a dor na coluna voltar. Esses dias, acho que peguei pesado fazendo agachamento e meus glúteos ficaram doendo. O medo de ter exagerado sempre ressurge, então tem que ir aos poucos e com calma. Fico angustiada, porque sei o quanto consigo, mas volta a questão da paciência de novo, não adianta querer retornar no ritmo que estava. Estou tentando ir à academia ao menos quatro a cinco vezes na semana.
6-O passar do tempo impactou de alguma forma na sua disposição?
Não, e isso é estranho. Vai passando o tempo e você se sente exatamente a mesma pessoa. Me sinto como a menina que se mudou para Paris com 20 anos. Talvez o corpo não seja o mesmo, mas a cabeça é exatamente igual. Você fica mais madura, ganha sabedoria, hoje aprendo as coisas mais rápido, mas acredito que isso também seja por ter medo de perder mais tempo. Não sei se terei os próximos seis meses, então para que postergar. Se me chamar para algo, me fale a data, porque já aceitei. Quero tudo para ontem, logo, o mais rápido. O desespero de viver a vida está maior do que antes, com certeza. Mas em questão de motivação, quero continuar ganhando o mundo.
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