Segunda-feira, 29 de Setembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 28 de setembro de 2025
O SUS abrange desde ações básicas — vacinação, pré-natal e atenção domiciliar — até procedimentos de alta complexidade. O Brasil manteve em 2024 um recorde histórico de transplantes: foram mais de 30 mil procedimentos, resultado da estrutura do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), que coordena, normatiza e monitora doação, captação e distribuição de órgãos e tecidos no País. Esse arranjo torna o Brasil referência mundial na oferta pública de transplantes.
Vacinação
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) é outra peça-chave do SUS. Ele disponibiliza dezenas de imunobiológicos gratuitamente para todas as idades — do recém-nascido ao idoso — e, em 2024, as distribuições de doses ao país superaram a casa das centenas de milhões. As campanhas regulares e a vigilância vacinal foram decisivas para marcos como a certificação da eliminação da pólio e a recertificação do Brasil como país livre do sarampo em 2024.
Emergência, atenção especializada e programas de redução de filas
Além dos serviços rotineiros, o SUS sustenta programas que enfrentam gargalos: mutirões cirúrgicos, unidades móveis, transporte sanitário e o programa “Agora Tem Especialistas”, criado para reduzir espera por consultas, exames e cirurgias. A ideia é articular oferta presencial e itinerante e reduzir filas com ações integradas entre ministério, Estados e municípios.
Tecnologia
A telessaúde vem crescendo rapidamente como complemento à consulta presencial. Entre 2023 e 2024, o número de teleatendimentos avançou significativamente — chegando a mais de 2,5 milhões em 2024, ante 1,5 milhão no ano anterior — e a estratégia é parte do plano de digitalização do SUS, com núcleos de telessaúde e telediagnóstico espalhados pelo país. A expectativa do governo é ampliar ainda mais esses serviços para reduzir deslocamentos, acelerar laudos e melhorar o seguimento de doenças crônicas.
Desafios e prioridades
Apesar dos avanços, o SUS enfrenta desafios persistentes: subfinanciamento crônico, desigualdade territorial na oferta de profissionais e infraestrutura, rotatividade na atenção primária e pressões por ampliação de leitos e tecnologia.
Indicadores recentes apontam, por exemplo, elevada rotatividade de médicos na atenção primária em regiões mais pobres, o que exige políticas de fixação de profissionais e investimentos em formação. Investir em prevenção, fortalecer a atenção primária, consolidar a telessaúde e agilizar o diagnóstico e o acesso à cirurgia são prioridades apontadas por especialistas e gestores.
Em um país continental como o Brasil, o SUS funciona como rede de segurança sanitária: coordena respostas a epidemias, mantém campanhas nacionais de imunização, organiza transplantes em rede e amplia a oferta de atenção especializada a quem não teria acesso em esquemas privados. Os números — bilhões de atendimentos, centenas de milhões de doses distribuídas, recordes em transplantes e expansão da telessaúde — mostram que políticas públicas bem estruturadas transformam saúde coletiva em direito efetivo. (Com informações do jornal O Dia)