Sábado, 16 de Agosto de 2025

Home Política A Taurus, fabricante gaúcha de armamentos, tem um histórico conturbado com Eduardo Bolsonaro

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Uma das principais atingidas pelo tarifaço imposto por Donald Trump, a fabricante de armamentos Taurus sempre manteve uma relação próxima com o clã Bolsonaro — com uma notável exceção: Eduardo Bolsonaro, justamente o filho do ex-presidente que, diretamente dos Estados Unidos, vem incentivando membros da Casa Branca a imporem tarifas contra o Brasil.

A postura de Eduardo Bolsonaro contrasta com a aproximação histórica da Taurus ao núcleo bolsonarista. A empresa, sediada no Rio Grande do Sul, teve laços estreitos com o governo de Jair Bolsonaro, período no qual o mercado de armas no Brasil se expandiu significativamente, com políticas que facilitaram o acesso a armamentos. Ainda assim, o relacionamento com Eduardo, deputado federal e um dos filhos mais influentes do ex-presidente, sempre foi tenso.

O histórico de divergências entre a Taurus e Eduardo Bolsonaro remonta a vários anos. Em 2020, por exemplo, ele escreveu em suas redes sociais que “sempre foi pauta minha a quebra do monopólio da CBC-Taurus no Brasil, pois a concorrência melhora o produto e o preço cai”, conforme destacou reportagem da Folha de S.Paulo naquele ano. Ao mesmo tempo em que fazia críticas públicas, o parlamentar mantinha conversas com grandes fabricantes estrangeiras, como a alemã SIG Sauer e a italiana Beretta, para discutir a abertura de filiais no Brasil e aumentar a competição no setor.

Essa postura foi mal recebida por executivos da Taurus. Em 2021, Eduardo Bolsonaro intensificou as críticas e chegou a divulgar um vídeo em suas redes sociais promovendo a marca Caracal, fabricante de armas dos Emirados Árabes Unidos.

A empresa foi a responsável pela produção do fuzil e da pistola que foram entregues como presente a Jair Bolsonaro durante uma viagem oficial ao país árabe — presentes que, posteriormente, se tornaram alvo de investigações sobre suposto recebimento indevido de itens de luxo.

A propaganda feita por Eduardo causou incômodo dentro da Taurus, que viu a iniciativa como mais uma tentativa do deputado de enfraquecer sua posição no mercado nacional. O próprio CEO da empresa, Salesio Nuhs, respondeu publicamente às críticas. Em entrevista concedida à BBC Brasil, ele rebateu as declarações de Eduardo, dizendo que suas falas eram uma “bobagem” e que o discurso era “descabido”. Nuhs também negou que a Taurus detenha um monopólio no setor de armas no Brasil, argumentando que há espaço para concorrência e que a empresa tem buscado constantemente aprimorar sua atuação tanto no mercado interno quanto no externo. (Com informações do jornal O Globo)

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