Terça-feira, 13 de Maio de 2025

Home Colunistas A tecnologia e seus improváveis profetas

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Estava eu, dia desses, olhando fotos de lugares maravilhosos pela internet, e isso me deu vontade de viajar, mas não de uma maneira convencional…

Pensei em ter uma máquina de teletransporte, como as dos filmes de ficção científica. Será que falta muito para chegarmos lá?

O grande avanço da tecnologia

Lembro-me da velha TV “preto e branco” da casa de meus pais em minha infância e do fascínio que as imagens coloridas exerceram sobre mim, a primeira vez que assisti a uma TV a cores na casa do meu Tio Nestor.

Apesar das imagens incríveis de hoje, geradas por computadores, smartphones e inteligência artificial, elas parecem não causar o mesmo impacto e fascínio na nova geração que outrora.

Creio que estamos nos acostumando com os avanços tecnológicos que proporcionam conforto e se incrustam cada vez mais em nosso cotidiano.

Os profetas da tecnologia

Grandes profetas da literatura e do cinema já previam isso, como Júlio Verne, que antecipou a viagem à lua e a primeira viagem submarina sob o comando do intrépido capitão Nemo em “Vinte mil léguas submarinas”, com o seu fascinante submarino Nautilus.

Outro exemplo interessantíssimo é o personagem Jor-El, pai do Superman, que criou, na ficção científica, a primeira versão de “AI” que já se ouviu falar, capaz de guardar todas as memórias e a forma de pensar do personagem, inclusive, se materializando como um holograma.

Outros exemplos incluem o robô de “Perdidos no Espaço” e o computador de bordo da nave “Star Trek”, além do filme “A Super Máquina”, todas essas máquinas inteligência artificial, antes mesmo do nome existir. Mais recentemente, o filme “Eu Robô”, com Will Smith, e “O Exterminador do Futuro”, com Arnold Schwarzenegger, além do clássico “A.i. Inteligência Artificial”, também surpreenderam no cinema.

Lembro-me também do desenho “Os Jetsons”, que mostrava uma família em uma era futurística espacial, onde a esposa e mãe do personagem que levava o nome da série mostrava sinais de estresse por “apertar muitos botões diariamente”. Isso parece ter previsto a Lesão por Esforço Repetitivo (LER) que afetou muitos “digitadores” nos anos 90.

O capitão Kirk, do seriado “Star Trek”, também me impressionou, pois há mais de 50 anos ele já usava um comunicador para falar com sua nave, parecido com os aparelhos celulares de hoje, principalmente aquele modelo flip lançado no final do século XX.

Mais recentemente, fui surpreendido por outro tipo de previsão, essa, apesar de ter sido apresentada em um desenho animado (por sinal, é uma bela e divertida história), me pareceu um pouco aterradora. Foi no desenho “Wall-E”, que conta a história de um intrépido robosinho criado no ano 2100 para limpar a Terra coberta por lixo em um futuro distante.

Ele se apaixona por outro robô chamado EVA e a segue para o espaço em uma aventura que irá mudar seu destino e o destino da humanidade. Nessa história, a Terra está desabitada, e toda a vida humana que resta migrou para o espaço e se encontra a bordo de uma espaçonave há mais de 700 anos. O problema é que, com todos os avanços tecnológicos, os seres humanos passaram a ser extremamente obesos e ociosos, diminuindo suas relações interpessoais.

As máquinas faziam praticamente tudo por eles: manutenção, alimentação, educação, entretenimento e até mesmo reprodução artificial, o que os deixou relapsos, preguiçosos e totalmente inertes, dependentes da tecnologia das máquinas. Será que esse será nosso futuro?

Precisamos preservar a nossa humanidade

Creio, sinceramente, que muito pouca coisa, ou quase nada, em se tratando de avanço tecnológico, pode impressionar ou surpreender essa nova geração.

Só torço para que eles não se afastem de sua verdadeira natureza e que toda essa tecnologia não nos afaste de nossa humanidade, pois, mesmo, com todas as nossas iniquidades, somos o que somos: “seres imperfeitos que vivem em busca de evolução física e espiritual”.

Por melhores que sejam as próximas gerações ou mais avançadas, sempre precisaremos de um amigo, um abraço, um carinho, indulgência, magnificência empática e, principalmente, do amor por nossos semelhantes.

Não podemos perder isso, pois as consequências dessas perdas não estão previstas em nenhum livro, conto ou filme de ficção.

Então, esqueçam um pouco de toda essa parafernalha tecnológica e, de vez em quando (pode ser até agora mesmo), largue esses teclados e saia de perto da tela!

Pare para dar um abraço ou um beijo em quem você ama, antes que seja tarde demais… É isso que nos diferencia e nos faz humanos.

Alguns temem que as máquinas no futuro roubem nossos empregos, quando, na verdade, deveriam temer que elas roubassem nossas almas, e a essência de quem realmente somos.

“A ficção é a musa inspiradora dos cientistas e inventores”. Frase do meu amigo, professor e cientista André Pedral Sena.

* Fabio L. Borges, jornalista e cronista gaúcho

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