Terça-feira, 16 de Setembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 16 de setembro de 2025
Um estudo realizado pela Aldeias Infantis SOS, a partir do programa de gestão do conhecimento Instituto Bem Cuidar, com dados do DataSUS, revela que os acidentes continuam sendo uma das principais causas de mortes e internações entre crianças e adolescentes de 0 a 14 anos no Brasil. Os dados levam em conta as informações mais recentes sobre óbitos, que são de 2023, e sobre acidentes, que são de 2024.
Cenário no Brasil
Em 2023, o país registrou 3.398 óbitos, um aumento de 5% em relação ao ano anterior. Já em 2024, foram contabilizadas 121.933 internações por lesões não intencionais, o que representa quase 14 crianças hospitalizadas por hora.
“Os dados mostram que a prevenção precisa ser intensificada em todos os locais frequentados por crianças e adolescentes, com a preparação adequada dos ambientes, especialmente dentro de casa, onde ocorrem a maior parte das quedas e queimaduras. É fundamental que pais, responsáveis e cuidadores estejam atentos a medidas simples de prevenção, mas eficazes, que podem evitar internações e sequelas para uma vida toda”, afirma Erika Tonelli, especialista em Entornos Seguros e Protetores da Aldeias Infantis SOS.
Cenário de óbitos no Rio Grande do Sul
No Rio Grande do Sul, o levantamento mostra algumas tendências preocupantes. Entre elas, o aumento de 120% nas mortes por queimaduras (totalizando 11 óbitos) e de 57% nas mortes por afogamento. Por outro lado, houve queda no registro de mortes provocadas por armas de fogo, com redução de 100% e queda de 13% nas mortes provocadas por sufocação.
“O aumento nas mortes por afogamento segue nos preocupando e pode crescer, uma vez que ainda não reflete os dados de 2024, quando o estado passou pela tragédia climática. Além disso, a elevação nos registros de mortes por queimaduras, acende um alerta para os riscos em ambientes domésticos e comunitários”, explica Erika.
Cenário de internações no Rio Grande do Sul
Quando abordados os números de internações em razão de acidentes no Rio Grande do Sul, as quedas continuam sendo o motivo mais frequente de hospitalização de crianças no estado, com 2.440 casos (-8% quando comparado a 2023), seguidas das queimaduras, com 1.264 (-3% quando comparado a 2023). Outro destaque foram as internações por sufocação, que tiveram aumento de 115%, em 2024.
Prevenção é fundamental
Para a especialista, os números reforçam a urgência de uma mudança cultural: “O que observamos é que 90% destes acidentes poderiam ser evitados com medidas simples de cuidado e monitoramento. Por isso, é importante que as famílias e escolas recebam orientações corretas de iniciativas que podem fazer a diferença neste cenário, criando ambientes seguros para o desenvolvimento saudável das crianças”
“Muitas vezes, ouvimos brincadeiras e piadas de pessoas que mencionam que quando criança passaram por determinadas situações e, ainda assim, sobreviveram. Precisamos mudar essa crença, sem exageros. Defendemos que as crianças possam brincar, ir aos espaços públicos, que se desenvolvam, mas que isso ocorra de forma segura”, finaliza.
Sobre a Aldeias Infantis SOS
A Aldeias Infantis SOS (SOS Children’s Villages) é uma organização global, de incidência local, que atua no cuidado e proteção de crianças, adolescentes, jovens e suas famílias.
A Organização lidera o maior movimento de cuidado do mundo e atua junto a meninos e meninas que perderam o cuidado parental ou estão em risco de perdê-lo, além de desenvolver ações humanitárias.
Fundada na Áustria, em 1949, está presente em mais de 130 países. No Brasil, atua há 57 anos e mantém mais de 80 projetos, em cerca de 30 localidades de Norte ao Sul do país. Ao trabalhar junto com famílias em risco de se separar e fornecer cuidados alternativos para crianças e jovens que perderam o cuidado parental, a Aldeias Infantis SOS luta para que nenhuma criança cresça sozinha. Para mais informações, acesse o site: www.aldeiasinfantis.org.br.
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