Quarta-feira, 15 de Outubro de 2025

Home Colunistas Acordo entre Israel e Hamas deixa claro o poder de Donald Trump. Por que o mesmo não acontece entre Rússia e Ucrânia?

Compartilhe esta notícia:

Felizmente o mundo assiste ao começo do fim das atrocidades cometidas durante mais de dois anos na faixa de Gaza. Excessos foram realizados por ambas as partes, todavia, foi o grupo terrorista Hamas (assim considerado por muitos países, o Brasil não considera), que atirou a primeira pedra, independentemente dos conflitos na região existirem por décadas.

Vale ressaltar que a paralisação das mortes e destruição, por si só, já justificam o acordo, que ainda precisa ser aprimorado e aplicado de forma robusta para garantir a estabilidade política na região.

Sempre ficou claro que a Palestina era dominada pelo grupo terrorista Hamas, que não tinha o menor receio em ditar as regras, manifestar-se oficialmente, julgar e executar inimigos, ameaçar países e organizar atentados terroristas pelo mundo. Isto tudo custa muito caro, a organização e manutenção desta organização terrorista é extremamente cara e envolve milhares de pessoas que se dedicam exclusivamente a ela, além de equipamentos sofisticados, complexa logística e custos adicionais imensos.

Pelo que sabemos, o Hamas não produz riqueza, muito pelo contrário, só gasta. Quem paga a conta? De onde vem o dinheiro? Quem são os interessados na manutenção e atuação deste grupo? Em casos infinitas vezes menores e sem a violência utilizada por este grupo terrorista, descobrimos que ONGs pelo mundo recebem dinheiro de terceiros interessados e que visam benefícios próprios e, muitas vezes, escusos.

Em muitos casos, não se precisa combater diretamente o inimigo, basta sufocá-lo financeiramente, ou seja, secar a fonte de quem o patrocina, como foi o caso dos países mantidos pela antiga União Soviética (hoje Rússia), quando do colapso financeiro no final da década de 80.

Sempre foi muito claro que o maior patrocinador do Hamas é o Irã, com dinheiro do petróleo e outras fontes objetos de sanções por parte de vários países. Tentar demover a ideia do Irã de manter este grupo sem força militar e abalo na economia é sonho dourado de uma noite de verão.

Donald Trump soube valer-se do enriquecimento de urânio em níveis perigos nas usinas do Irã para matar dois coelhos com uma só cajadada. Todos os prazos para o governo de Teerã liberar a entrada de especialistas para inspecionar as instalações nucleares foram desprezados e as informações eram assustadoras no que dizia respeito ao enriquecimento para utilização não pacífica.

Valendo-se do descomunal poderio militar dos Estados Unidos, o bombardeio provocou imensos e profundos problemas na estrutura iraniana. Além do ataque cirúrgico e destruidor, havia a possibilidade de outra rodada, aliada a total incapacidade do Irã em esboçar qualquer reação militar. Seria uma corrida entre um carro de fórmula um e uma bicicleta motorizada. A fonte secou e o grupo terrorista foi obrigado a sentar para negociar. Israel também foi pressionado a aceitar o acordo que partiu de seu principal e único aliado na região. Sem o apoio dos Estados Unidos seria impossível manter a situação em Gaza.

A ordem de Donald Trump foi clara para Israel: parar o bombardeio e aceitar o acordo. Lembra a figura daquele pai que ameaça colocar os filhos de castigo caso não parem de brigar. Por que o mesmo não acontece entre Rússia e Ucrânia, em guerra há quase quatro anos? A Rússia tem poderio nuclear forte e patrocinadores de peso. A China continua a oxigenar o governo de Putin com a compra de produtos russos embargados. Outros países também burlam o bloqueio imposto pelos Estados Unidos e Comunidade Europeia. Até o Brasil continua a comprar diesel russo desde o tempo do governo Bolsonaro, quando já existia o bloqueio.

Enquanto Putin estiver de mão dadas com a China vai continuar a fazer aquilo que sempre fez, agir sem tomar conhecimento da ONU (Organização das Nações Unidas), ignorando as resoluções, atacando e invadindo quando achar necessário.

Trump sabe disto e procura contornar o problema. Já enquadrou o Presidente da Ucrânia e trocou tapas e beijos com Putin, sem nada adiantar. Os Estados Unidos precisam se posicionar sobre o assunto. Enquanto Putin não sentir que a ameaça é real e iminente nada fará, principalmente se o principal aliado mantiver o patrocínio. O problema é mais complexo que o de Gaza e os países envolvidos são mais poderosos e geopoliticamente muito mais relevantes.
Acredito que chegou a hora dos Estados Unidos e Comunidade Europeia mostrarem sua força, caso contrário, a invasão durará o tempo que Putin quiser ou tiver dinheiro.

Dennis Munhoz é jornalista e advogado, foi Presidente da TV Record e Superintendente da Rede TV, atualmente atua como correspondente internacional, Vice-Presidente da Associação Paulista de Imprensa, apresentador e jornalista da Rede Mundial e Rede Pampa nos Estados Unidos

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Colunistas

COP30 caminha entre expectativas e atritos – a diplomacia climática em cena
Municípios gaúchos podem perder até R$ 757,5 milhões com ampliação da isenção do IR
Deixe seu comentário
Baixe o app da RÁDIO Pampa App Store Google Play
Ocultar
Fechar
Clique no botão acima para ouvir ao vivo
Volume

No Ar: Programa Pampa Na Madrugada