Domingo, 21 de Dezembro de 2025

Home Tecnologia Acordo retira parte do controle da empresa chinesa ByteDance sobre operações do TikTok nos EUA

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O acordo fechado para vender as operações do TikTok nos Estados Unidos retirou parte — mas não o controle total — do aplicativo de vídeos curtos das mãos da gigante chinesa ByteDance. Pelo arranjo, 50% dos investidores do TikTok EUA serão novos, sendo que as americanas Oracle e Silver Lake, e a empresa de investimentos MGX, de Abu Dhabi, ficariam cada uma com 15% de participação. A ByteDance terá uma participação de 19,9%, como queria o governo americano, enquanto os 30,1% restantes ficariam com afiliadas investidores já existentes da chinesa.

Segundo a Bloomberg News, em memorando aos funcionários, o CEO do TikTok, Shou Chew, escreveu que estava “satisfeito em compartilhar algumas ótimas notícias” e afirmou que foram assinados acordos para uma joint venture com Oracle, Silver Lake e MGX. A conclusão do negócio é esperada para 22 de janeiro de 2026, embora Chew tenha acrescentado que “ainda há mais trabalho a ser feito” até lá.

Os termos descritos no memorando do CEO parecem deixar a porta aberta para que a ByteDance possa manter supervisão sobre partes-chave do TikTok EUA, um aplicativo usado por metade do país. A Bloomberg News havia informado anteriormente que a controladora chinesa ficaria com cerca de 50% do lucro das operações do TikTok nos Estados Unidos.

Já reportagem do Financial Times aponta que o CEO do TikTok teria acrescentado na mensagem aos funcionários que as entidades da ByteDance nos EUA continuariam administrando suas principais linhas de negócios geradoras de receita no país, incluindo “comércio eletrônico, publicidade e marketing”.

O memorando descreveu um acordo que corresponde ao que a Casa Branca anunciou em setembro, que à época dependia da aprovação da China e avaliava as operações do TikTok nos EUA em aproximadamente US$ 14 bilhões.

Após a conclusão do negócio, a joint venture nos Estados Unidos operará como uma entidade independente que controlará a proteção de dados, a moderação de conteúdo e a segurança dos algoritmos no país, disse Chew aos funcionários no memorando. A nova entidade americana também será “governada por um novo Conselho de Administração de sete membros, com maioria de americanos”, acrescentou.

“Após o fechamento, a joint venture nos EUA, construída sobre a base da atual organização TikTok US Data Security (USDS), operará como uma entidade independente, com autoridade sobre proteção de dados nos EUA, segurança do algoritmo, moderação de conteúdo e garantia de software”, disse Chew no memorando.

Até o momento, os reguladores chineses ainda não disseram se aprovarão a transação.

O envolvimento da ByteDance tem sido há muito um ponto sensível nas negociações e levou críticos — inclusive membros do próprio partido político de Trump — a argumentar que o arranjo negociado pela Casa Branca pode não resistir a questionamentos legais. A lei de segurança nacional aprovada e sancionada sob o ex-presidente Joe Biden determinava que o TikTok EUA e a ByteDance não tivessem qualquer relação operacional.

Os cobiçados algoritmos de conteúdo da ByteDance são considerados centrais para o negócio do TikTok. Segundo o texto do acordo delineado pela Casa Branca, espera-se que a ByteDance licencie sua tecnologia de recomendação baseada em inteligência artificial para o TikTok EUA, que usará o algoritmo existente para treinar novamente um novo sistema com dados americanos protegidos pela Oracle.

O papel da Oracle como guardiã da segurança dos dados também gerou preocupações. O arranjo espelha uma colaboração anterior entre TikTok e Oracle, proposta anos atrás ao governo dos EUA como forma de resolver preocupações semelhantes sobre a propriedade chinesa do TikTok. Essa parceria, chamada de Projeto Texas, acabou sendo rejeitada pelo governo americano, considerada insuficiente para enfrentar as questões de segurança nacional.

Se for finalizado, o acordo eliminará um problema persistente nas relações entre Pequim e Washington e sinalizará avanços em negociações mais amplas entre os dois países, que têm se confrontado em temas como comércio e outras questões.

A Casa Branca tem dominado as divulgações sobre o arranjo proposto, que foi exigido por motivos de segurança nacional por uma lei sancionada no ano passado durante o governo de Joe Biden. Autoridades americanas expressaram preocupação com o fato de o TikTok ser controlado por uma empresa chinesa e temem que Pequim possa usar o aplicativo para coletar dados de cidadãos dos EUA ou promover narrativas específicas aos americanos por meio do algoritmo de recomendação do aplicativo. (Com informações da Bloomberg)

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