Sexta-feira, 13 de Junho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 10 de junho de 2025
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido do advogado do general Augusto Heleno, Matheus Milanez, para postergar o início da sessão de interrogatórios de réus do núcleo central da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF) fosse postergada de 9h para 10h. A solicitação foi feita na segunda-feira (9) ao final do primeiro dia de interrogatórios. Milanez disse que queria ter tempo para jantar e que só conseguiu tomar café da manhã. Moraes ironizou o pedido.
No primeiro dia de interrogatórios foram ouvidos o tenente coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, e o deputado federal Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). As oitivas demoraram cerca de seis horas.
“São quase 20h da noite (sic). A audiência amanhã (terça, 10) se inicia às 9h. Considerando que nós temos que chegar meia hora antes, nós só viemos em um carro. Eu ainda preciso levar o general para casa, preciso ir para a minha casa. Eu minimamente quero jantar, excelência, eu só tomei o café da manhã quase. (…) Por isso que eu queria rogar a esta turma, por favor, se tem como colocar um pouco mais tarde amanhã, de modo a se tornar viável. É possível iniciar às 10h?”, pediu Milanez.
Moraes respondeu com um “imagine eu” à afirmação de que o advogado não havia almoçado.
“Doutor, vamos ver se nós terminamos amanhã, aí o senhor tem quarta-feira para tomar um belo brunch, quinta-feira um jantar, que é Dia dos Namorados, sexta é Dia de Santo Antônio e o senhor comemora numa quermesse. Se a gente começa a atrasar, a gente não acaba, doutor”, disse o ministro Alexandre de Moraes.
A fala de Moraes causou risos no plenário, inclusive do próprio general Augusto Heleno. Em seguida, Moraes disse a Milanez que Heleno “vai pedir para o senhor dar uma acelerada no carro”.
“Só não vai ser multado, doutor”, concluiu Moraes ao encerrar os trabalhos da Primeira Turma do STF.
Fase
Os depoimentos marcam a reta final da instrução processual — fase em que são reunidas provas para embasar o julgamento. É nesse momento que os réus têm a chance de responder às acusações e apresentar suas versões dos fatos.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o grupo integra o “núcleo crucial” da organização criminosa que atuou para tentar romper a ordem democrática. Entre os réus está o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Concluída a fase de interrogatórios, o processo segue para uma etapa de diligências, caso sejam solicitadas por defesa ou acusação. Depois, será aberto o prazo de 15 dias para apresentação das alegações finais, antes de o caso ser levado a julgamento na Primeira Turma do STF.
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