Domingo, 24 de Agosto de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 23 de agosto de 2025
O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou neste sábado (23) que o governo não vai desistir de baixar a alíquota de importação de produtos brasileiros para os Estados Unidos. Segundo Alckmin, a orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é seguir negociando para reduzir o tarifaço de 50% imposto pelo governo Donald Trump, além de tentar incluir mais produtos na lista de exceções.
“Nós não vamos desistir de baixar essa alíquota e incluir mais produtos (nas exceções)”, afirmou.
A fala de Alckmin ocorreu em um debate sobre a conjuntura política nacional e internacional na sede nacional do PT, em Brasília, neste sábado.
O evento foi transmitido nas redes sociais. O vice presidente classificou a taxação como “injustificada” frente ao superávit dos EUA na relação com o Brasil que em 2024 ultrapassou US$ 25 bilhões.
“Não tem a menor justificativa colocar essa tarifa”, disse.
Em entrevista a Miriam Leitão, na Globo News, Alckmin admitiu que a última conversa com o secretário do Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, ocorreu há algumas semanas, porém, disse que insiste no diálogo entre as áreas técnicas.
Durante o debate na sede do PT, Alckmin afirmou que 42% dos produtos ficara da alíquota de 50%, enquanto 16% foram incluídos em taxas que também são aplicadas a outros países, como aço, alumínio e cobre. No entanto, 37% dos produtos brasileiros foram alvo de sobretaxa mais pesada, como carnes, café, pescado, frutas, máquinas e equipamentos.
“Esses são os que sofrem mais. Porque comida ou carne, se não vender lá, vou ter outro mercado. Agora, produto manufaturado é mais difícil de realocar. Acaba realocando, mas demora um pouco mais”, explicou.
Alckmin afirmou que o governo tem buscado abertura de novos mercados por meio de acordos comerciais e citou tratativas do Mercosul com o EFTA (Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça), Cingapura e Emirados Árabes Unidos.
BNDES
Uma linha adicional de crédito de R$ 10 bilhões voltada para empresas brasileiras afetadas por tarifas menores que 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros foi anunciada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), nessa sexta-feira (22).
A medida complementa o plano “Brasil Soberano”, que estabelece ações para socorrer exportadores nacionais que vendem para os Estados Unidos, lançado pelo governo federal no dia 13 de agosto.
Entre os setores beneficiados pela linha adicional estão aqueles cujos produtos foram isentos da tarifa adicional de 40% imposta pelos Estados Unidos, mas que ainda assim enfrentam dificuldades comerciais. É o caso de segmentos como suco de laranja, artigos de aeronaves, petróleo e derivados, além de fertilizantes.
O BNDES anunciou ainda linhas específicas para diversificação de mercados, com foco em empresas que precisarão buscar novos destinos exportadores.
As empresas elegíveis devem comprovar que as exportações afetadas representam pelo menos 5% do faturamento bruto total entre julho de 2024 e julho de 2025.
Para aquelas com impacto entre 5% e 20%, haverá uma linha especial de capital de giro para diversificação. Já empresas com impacto igual ou superior a 20% poderão acessar todas as linhas e garantias disponíveis.
Outro ponto importante é a cláusula de manutenção de empregos. Empresas que acessarem crédito com subsídio deverão manter o número médio de vínculos empregatícios, com base em dados do eSocial.
A média será calculada entre dois períodos de 12 meses: antes e após a contratação do crédito, com carência inicial de quatro meses.
No Ar: Pampa Na Madrugada