Quinta-feira, 30 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 14 de março de 2022
A guerra na Ucrânia vem causando uma mobilização internacional como poucas vezes se viu nas últimas décadas. O conflito é a principal manchete de grande parte dos veículos de imprensa do mundo.
Confira a seguir sete conflitos que nem sempre aparecem com proeminência no noticiário, mas que têm provocado sofrimento humano em grande escala.
Etiópia
Uma guerra que já dura 16 meses na Etiópia deixou 900 mil pessoas em situação de fome, segundo estimativa do governo americano. Rebeldes que lutam no país dizem que mais de 9 milhões de etíopes necessitam de algum tipo de ajuda alimentar.
O conflito desencadeado em novembro de 2020 é um dos mais brutais no mundo atualmente, com relatos de assassinato de civis e estupros em massa, segundo a Anistia Internacional.
Iêmen
A ONU diz que a guerra no Iêmen resultou em níveis chocantes de sofrimento e causou o pior desastre humanitário do mundo.
O conflito já produziu 233 mil mortes, incluindo 131 mil por causas indiretas, como falta de alimentos, serviços de saúde e infraestrutura. Mais de 10 mil crianças morreram como consequência direta dos combates.
Quatro milhões de pessoas foram obrigadas a fugir de suas casas e mais de 20,7 milhões (71% da população do país) precisam de alguma forma de assistência humanitária ou proteção para sua sobrevivência.
Segundo a ONU, 5 milhões de iemenitas estão à beira da fome e quase 50 mil já estão passando por condições semelhantes à fome. Estima-se que 2,3 milhões de crianças menores de cinco anos sofrem de desnutrição aguda, incluindo 400 mil que correm o risco de morrer sem tratamento, segundo a ONU.
Mianmar
Mianmar é outra região que enfrenta tensões políticas e étnicas há anos – e muitos analistas dizem que o país vive uma guerra civil. A violência lá aumentou nos últimos meses.
A ONG humanitária International Rescue Committee estima que os conflitos que se espalharam por todo o país desde que os militares tomaram o poder já deslocaram 220 mil pessoas em 2021.
Segundo a entidade, mais de 14 milhões de pessoas (mais de 25% da população do país) precisam de algum tipo de ajuda humanitária. Acredita-se que mais de 10 mil pessoas morreram desde fevereiro do ano passado.
Haiti
O Haiti vive uma nova espiral de violência desde julho de 2021, quando o então presidente do país Jovenel Moïse foi brutalmente assassinado.
Moïse, de 53 anos, foi baleado 12 vezes na testa e no torso. Seu olho esquerdo foi arrancado e os ossos do braço e do tornozelo foram quebrados. A primeira-dama, Martine Moïse, também foi baleada, mas sobreviveu.
A polícia haitiana alega que um grupo de mercenários principalmente estrangeiros – 26 colombianos e dois haitianos americanos – compôs o grupo que executou o assassinato.
Enquanto as investigações prosseguem, o país mergulhou em nova onda de violência.
Síria
Protestos inicialmente pacíficos contra o presidente Bashar al-Assad da Síria em 2011 se transformaram em uma guerra civil de grande escala, que já dura mais de uma década.
O conflito deixou mais de 380 mil mortos, arrasou cidades e envolveu outros países estrangeiros. Mais de 200 mil pessoas estão desaparecidas – presume-se que morreram.
Em março de 2011, manifestações pró-democracia eclodiram na cidade de Deraa, no sul, inspiradas pela Primavera Árabe. Quando o governo sírio usou força letal para esmagar a dissidência, protestos exigindo a renúncia do presidente eclodiram em todo o país.
Militantes islâmicos na África
Após a derrocada do Estado Islâmico em 2017 no Oriente Médio, grupos de militantes islâmicos se voltaram cada vez mais para a África, onde governos fragilizados nem sempre conseguem combater a sua influência.
Grupos jihajistas tentam dominar diversas regiões de diferentes países — como Mali, Niger, Burkina Faso, Somália, Congo e Moçambique.
Em Moçambique, acredita-se que uma milícia na região de Cabo Delgado tenha ligações com o grupo do EI.
Afeganistão
O Afeganistão já foi um dos conflitos mais noticiados do mundo, após os ataques de 11 de setembro de 2001 nos EUA.
O governo americano invadiu o país alegando que o Talebã esteve por trás dos atentados. Após duas décadas de intensos combates e milhares de mortes, o Talebã voltou ao poder em agosto de 2021.
O nível de violência caiu bastante no país, mas ONGs alertam agora que o país enfrentará possivelmente uma das mais graves crises humanitárias que já se viu por causa das sanções e isolamento impostos por grande parte do mundo.