Sexta-feira, 26 de Dezembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 25 de dezembro de 2025
Relatos atribuídos a banqueiros e autoridades com atuação em Brasília indicam que circulam, nos bastidores, informações segundo as quais o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes teria feito gestões junto ao Banco Central (BC) em favor do Banco Master. As mesmas fontes afirmam que integrantes da Polícia Federal teriam comentado que o magistrado também demonstrou interesse no andamento das investigações relacionadas ao caso.
Ainda de acordo com esses relatos, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, teria comunicado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a situação e ouvido como resposta que adotasse as providências consideradas necessárias. Essas informações, porém, são negadas oficialmente.
Alexandre de Moraes é casado com a advogada Viviane Barci de Moraes, cujo escritório mantém contrato com o Banco Master. Segundo reportagem publicada pelo jornal O Globo, o valor do contrato firmado com a instituição financeira chega a R$ 129 milhões.
As informações e rumores já teriam alcançado a cúpula da Polícia Federal. Questionado, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, negou qualquer conversa com o ministro Alexandre de Moraes sobre o Banco Master. Segundo ele, apesar de manter contato frequente com o magistrado em razão de inquéritos sob relatoria de Moraes no STF, o tema jamais teria sido tratado.
“Já ouvi esse comentário, mas ele não corresponde à realidade. O ministro Alexandre de Moraes nunca falou comigo sobre esse assunto”, afirmou Rodrigues. Ele também negou ter levado o tema ao presidente da República.
A assessoria do Supremo Tribunal Federal informou que Alexandre de Moraes rejeita qualquer acusação de tentativa de interferência no caso.
Em novembro, a Polícia Federal prendeu o presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro, no contexto das investigações. Posteriormente, a instituição financeira foi submetida a processo de liquidação pelo Banco Central.
Nesta semana, a colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo, publicou reportagem segundo a qual Alexandre de Moraes teria feito contatos com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, relacionados à tentativa de venda do Banco Master ao Banco de Brasília (BRB). Conforme a publicação, o ministro teria feito ao menos três ligações telefônicas e participado de uma reunião presencial para tratar do tema.
Moraes nega ter exercido qualquer tipo de pressão sobre Galípolo. Em nota, o STF afirmou que o ministro conversou com o presidente do Banco Central exclusivamente sobre sanções impostas a ele com base na Lei Magnitsky. O texto sustenta ainda que não houve qualquer ligação telefônica entre ambos para tratar do Banco Master ou de outro assunto.
A mesma nota informa que o escritório de advocacia da esposa do ministro não atuou na operação de aquisição do Banco Master pelo BRB perante o Banco Central.
Procurado, o Banco Central confirmou apenas que houve um encontro entre Gabriel Galípolo e Alexandre de Moraes para tratar das sanções relacionadas à Lei Magnitsky, sem detalhar se outros temas foram abordados na reunião. (Com informações da Folha de S.Paulo)