Quinta-feira, 04 de Setembro de 2025

Home Política Alerta máximo: ministros do Supremo viajam com até três seguranças à paisana

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Apesar de considerarem que os riscos para o julgamento da trama golpista estão mitigados, os responsáveis pelo planejamento da segurança classificam o nível de alerta para todos os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) como máximo, o vermelho, numa escala de quatro cores, que começa no branco (sem risco) e passa ainda pelo amarelo e o laranja.

Alexandre de Moraes sempre teve a classificação de risco máxima, mas, pelo menos desde o início do ano, todos os 11 ministros do Supremo receberam a mesma avaliação. Os níveis de alerta seguem o Código de Cores de Cooper, referência a um fuzileiro naval dos Estados Unidos que criou o método no século passado para analisar situações de risco.

Hoje, ao viajarem para outros Estados em voos comerciais, todos os magistrados costumam ser acompanhados por dois ou três seguranças à paisana. Era essa a escolta de Flávio Dino na segunda-feira (1º), quando ele foi hostilizado no voo em que ia de São Luís, no Maranhão, para Brasília, onde o ministro participa do julgamento do chamado “núcleo crucial” da trama golpista.

Uma passageira partiu para cima de Dino e tentou agredi-lo verbalmente, chamando-o de lixo. De acordo com os relatos feitos à Polícia Federal (PF), um dos seguranças e a aeromoça evitaram que a mulher se aproximasse do ministro.

O maior temor da segurança do STF com o julgamento da trama golpista é o do ataque de um “lobo solitário” — ou, como vem sendo chamado internamente, de um “rato solitário”.

Não só em razão do trauma deixado pelo episódio em que um homem se explodiu na frente do Supremo, em novembro do ano passado, mas também por um fato recente.

No final de semana, a Polícia Civil do DF prendeu um homem de 52 acusado de tentar invadir o prédio do STF dias antes.

Votos

Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) preparam ajustes nos votos após ouvirem as defesas dos oito réus do chamado núcleo crucial da trama golpista no início do julgamento que vai decidir se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sete aliados serão absolvidos ou condenados.

Ao longo de dois dias de sessões destinadas aos advogados, que consumiram oito horas, ministros acompanharam atentamente os argumentos apresentados e anotaram em pilhas de folhas de papel alguns pontos que consideram importantes para esclarecer, comentar ou até mesmo rebater.

A ideia é explorar nos votos as teses apresentadas pelos advogados não só nas alegações finais, mas também nas falas feitas na Turma.

Ministros ouvidos de forma reservada afirmaram que os votos já estavam encaminhados, mas que agora o material será finalizado para as sessões da próxima semana. Levando em conta também as impressões sobre as sustentações orais dos advogados.

O julgamento será retomado na terça-feira (9), com o voto do ministro Alexandre de Moraes, e deve se estender até sexta-feira (12). O voto do relator costuma dar o ritmo do julgamento.

Entre os pontos que devem ser enfrentados pelos ministros estão:

– a validade do acordo de delação premiada de Mauro Cid, que foi questionada pela maioria das defesas;
– a possibilidade de o réu responder pelos crimes de abolição violenta do estado democrático de direito e golpe de Estado;
– a ligação dos acusados com os ataques golpistas do 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e destruídas.

Na primeira fase de análise da ação penal, os ministros Cármen Lúcia, Flávio Dino e Luiz Fux chegaram a pedir esclarecimentos sobre as falas dos advogados.

No Supremo, a intervenção que mais chamou atenção foi da ministra Cármen Lúcia, que pediu ao advogado Andrew Fernandes, responsável pela defesa do general e ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, que explicasse a que estava se referindo quando disse que Nogueira tinha atuado para demover Bolsonaro. A resposta do advogado foi uma acusação direta ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

O Supremo julga:

– Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
– Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
– Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
– Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
– Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
– Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência;
– Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
– Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro.

 

 

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