Quinta-feira, 04 de Setembro de 2025

Home Política Alexandre Moraes é acionado para apurar se Tarcísio tenta obstruir a Justiça ao articular anistia para Bolsonaro

Compartilhe esta notícia:

O deputado federal Rui Falcão (PT-SP) protocolou na terça-feira (3) no Supremo Tribunal Federal (STF) uma representação contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), pedindo que ele seja investigado por possível prática de obstrução de Justiça, após as articulações pela votação da anistia a condenados pelo 8 de janeiro.

Na representação, o deputado solicita que o STF imponha medidas cautelares ao mandatário, como a proibição de deixar o país sem autorização judicial, a retenção do passaporte, a incomunicabilidade com réus e investigados pelos atos golpistas e a obrigação de se abster de qualquer ato que possa configurar “pressão indevida” sobre a Corte.

“A presença de Tarcísio em Brasília visava mobilizar apoio parlamentar para uma anistia ampla, como pedágio para viabilizar a sua candidatura [a presidência] com o apoio da extrema-direita que está irresignada com o julgamento de seu líder. O episódio, portanto, vai além da liberdade de expressão ou de atuação política, pois consiste em interferência direta na jurisdição, tentando fragilizar a autoridade da Corte “, diz a representação.

A petição foi direcionada ao ministro Alexandre de Moraes, relator da ação sobre tentativa de golpe de Estado. Ele ainda não se manifestou a respeito.

Integrantes dos partidos do Centrão e Tarcísio de Freitas buscam um acordo para anistiar Bolsonaro após a sua eventual condenação e, assim, tirá-lo da prisão, mas mantendo o ex-presidente inelegível e fora da disputa eleitoral de 2026.

O texto de um projeto de lei ainda não está fechado, tampouco os detalhes de um eventual acordo que envolva até mesmo o STF, mas os entusiastas querem abrir caminho para a candidatura do governador ao Palácio do Planalto e convencer a corte a não derrubar a anistia.

As negociações avançaram em Brasília com o timing do julgamento de Bolsonaro pelo STF e da pressão para que ele faça de Tarcísio o seu sucessor político. Hoje, em todas as hipóteses na mesa sobre o texto, o ex-presidente continuaria inelegível.

A costura passa por um acordo político que prevê a votação do projeto de lei sobre o tema na Câmara, após a eventual condenação de Bolsonaro, e que o Supremo não derrube a proposta. O governador já vinha sendo instado a se envolver nessa articulação por aliados de Bolsonaro, mas resistia à missão.

A estratégia começou a ser delineada em 19 de agosto, durante um jantar em Brasília que celebrava a federação entre PP e União Brasil. No encontro, Tarcísio discutiu com presidentes de partidos do Centrão – Ciro Nogueira (PP), Antônio de Rueda (União) e Valdemar Costa Neto (PL) – os detalhes do projeto de anistia.

Após o jantar, o governador paulista conseguiu ampliar o apoio ao projeto, convencendo Marcos Pereira (Republicanos) a participar das negociações. O texto em discussão busca contemplar um amplo espectro de casos, incluindo tanto acusados de planejamento quanto aqueles que participaram diretamente dos atos de depredação na sede dos Três Poderes.

As articulações políticas de Tarcísio se estendem também ao diálogo com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). Além disso, o governador paulista prometeu trabalhar para obter o apoio do Podemos, partido que integra sua base política em São Paulo, demonstrando sua capacidade de mobilização em diferentes esferas do poder. (Com informações do portal de notícias CNN Brasil e do jornal Folha de S.Paulo)

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Política

Horário de verão é recomendável, mas não imprescindível para 2025, diz Operador Nacional do Sistema Elétrico
Alerta máximo: ministros do Supremo viajam com até três seguranças à paisana
Deixe seu comentário
Baixe o app da RÁDIO Pampa App Store Google Play

No Ar: Pampa News