Home Política Aliados de Bolsonaro temem que Eduardo imploda o acordo que ajude o pai no Congresso

Uma parte do bolsonarismo avalia que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foi longe demais nas articulações que fez nos Estados Unidos com o governo de Donald Trump.

Integrantes do centrão não admitem publicamente por não quererem mais confusão com Jair Bolsonaro (PL), mas até aliados mais próximos do ex-presidente admitem que Eduardo está atrapalhando.

Inclusive, temem que Eduardo imploda acordos que ajudem o pai no Congresso, como a proposta na Câmara para rever a dosimetria e diminuir as penas dos condenados por tentar golpe de estado.

O blog da jornalista Andréia Sadi apurou que Jair enviou emissários para conversar com seu filho e que o deputado não arreda o pé, quer dobrar a aposta contra autoridades brasileiras – como mais sanções da Lei Magnitsky.

Segundo apuração do blog, Bolsonaro tem grande preocupação com a prisão, tanto pelo quanto tempo que ficaria preso quanto por suas questões de saúde.

Esses aliados temem que Eduardo torne impossível o avanço de qualquer saída política ao brigar de forma inegociável por uma anistia ampla, geral e irrestrita – que, segundo avaliação corrente, não tem nenhuma chance de avançar no Congresso.

Neste momento, há grande irritação de bolsonaristas com Eduardo por entenderem que ele desgasta o campo da direita para as eleições de 2026 e, ainda, em relação à saída política no parlamento que beneficie seu pai.

O incômodo não se resume apenas à articulação nos Estados Unidos. Nos bastidores, avaliam que Eduardo, ao insistir em um discurso de confronto com as instituições, pode criar um ambiente de maior tensão e fechar portas para negociações políticas. Existe uma leitura de que sua atuação pode ser interpretada como contraproducente mesmo dentro da direita, especialmente para aqueles que ainda tentam construir pontes com outros setores do Congresso.

Ao blog, o influenciador e empresário Paulo Figueiredo rebateu esta ala bolsonarista e disse que seguirá a atuação conjunta com Eduardo. “Se forem chorar, peça por favor para mandarem áudio. Vai piorar e (eles) não podem fazer nada.”

Já Eduardo fez uma publicação na rede social X (antigo Twitter) e disse que “é nesse truísmo elementar que estou disposto a ir até as últimas consequências para conseguir a anistia ampla e irrestrita. Será vitória ou vingança, mas não haverá submissão.”

As movimentações do deputado seguem sendo acompanhadas com atenção, inclusive por parlamentares que integram a base bolsonarista, mas que se preocupam com os reflexos de sua estratégia tanto no Congresso quanto nas eleições presidenciais de 2026. (Com informações de Andréia Sadi, do portal g1)