Quarta-feira, 06 de Agosto de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 6 de agosto de 2025
O presidente da Áustria, Van der Bellen, não vai participar da COP 30, em Belém, por causa dos altos custos da viagem. O comunicado do cancelamento foi divulgado pela ORF, emissora pública de rádio e televisão da Áustria.
Bellen destacou a importância da conferência para o enfrentamento da crise climática e enfatizou o “grande valor simbólico” do local escolhido, mas afirmou que:
“Os custos particularmente altos para a participação do Presidente Federal na COP deste ano, além da delegação austríaca de negociadores, não estão dentro da estrutura orçamentária apertada da Chancelaria Presidencial por razões logísticas”.
Com a ausência do presidente, o ministro do Meio Ambiente, Norbert Totschnig, será o representante do país na conferência.
O custo e a falta de vagas de hospedagem em Belém podem fazer com que os países mais pobres e também mais afetados pela mudança do clima também fiquem de fora da COP30.
“Temos que encontrar uma maneira de que eles possam estar em Belém. Com a ausência dos países pobres, ficaria uma COP sem legitimidade”, afirmou André Corrêa do Lago, presidente da COP30.
Os países sob risco de não participar têm um orçamento limitado de US$ 143 por dia, considerando alimentação e hospedagem. O valor é estabelecido por uma tabela da ONU.
Há meses o preço das hospedagens têm sido uma questão para o governo, que já buscou acordo com a rede hoteleira no Estado, sem sucesso.
Nesta semana, a questão se tornou oficial com o escritório climático da Organização das Nações Unidas (ONU) realizando uma reunião de emergência para debater os altos preços das acomodações. A crise se agravou quando 25 países entregaram uma carta na qual questionam a situação. Entre os signatários está o bloco dos Países Menos Desenvolvidos (LDC, em inglês), que inclui 44 países em desenvolvimento como Tuvalu, Libéria, Angola, Gâmbia, entre outros.
O presidente da COP30 admitiu que os altos preços podem inviabilizar a vinda dessas nações, mas disse que o país deve agir, sob pena de que isso fira a legitimidade do evento.
Isso porque a questão pode ser interpretada como uma medida que inviabilizou os países de participarem das discussões.
Preços
A qualidade e o preço das vagas oferecidas pelo Brasil na plataforma de hospedagens para a COP 30 foram o gatilho para uma reunião de emergência na Organização das Nações Unidas (ONU) na semana passada. Em pauta, a reclamação das delegações sobre os quartos de motéis e as casas com camas de casais compartilhados.
A Secretaria Executiva da COP30 (Secop) disse que a plataforma foi divulgada no início de julho com 2,5 mil leitos para os 196 países. É comum nas COPs haver um site oficial, mas no Brasil ele se tornou ainda mais aguardada diante da dificuldade que já era conhecida nas hospedagens, com poucos hotéis e “preços extorsivos” sem acordo entre hotéis e governo.
Mais de um mês após ser divulgado reservadamente, o site – agora aberto para o público – tem casas e motéis com diárias a partir de R$ 1,1 mil. O valor ainda está acima do orçamento de alguns países. Apesar dos esforços em nível federal, a própria organização admite os desafios e já admitiu pedir que a ONU aumente os subsídios para garantir a participação de países em desenvolvimento.
A plataforma é defendida pelo governo brasileiro como a melhor opção para preços mais baixos. Além dela, a maioria das vagas segue em sites privados. O governo brasileiro tornou pública a existência da plataforma após a cobrança pública realizada por Richard Muyungi, presidente do Grupo Africano de Negociadores (em entrevista à Reuters em 31 de julho).
Ao anunciar o site, a Secop divulgou que ele teria vagas a partir de US$ 200 e garantiu que Belém terá 53 mil leitos para uma expectativa de 50 mil visitantes. (Com informações do portal de notícias g1)
No Ar: Pampa News