Sábado, 20 de Abril de 2024

Home Brasil Amazônia perdeu mais de 4 mil campos de futebol por dia em setembro, o maior desmatamento registrado no mês em 10 anos

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O desmatamento na Amazônia em setembro foi o maior registrado para o mês nos últimos dez anos, alerta monitoramento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Ao todo, foram devastados 1.224 km2, uma área do tamanho da cidade do Rio de Janeiro. Por dia, ou o equivalente a mais de 4 mil campos de futebol destruídos por dia.

Este foi o sexto mês de 2021 em que a Amazônia teve a maior área destruída na década: além de setembro, março, abril, maio, julho e agosto também registraram o pior desmatamento desde 2012.

Setembro de 2020 já havia registrado recorde de desmatamento na Amazônia para o mês, quando foram devastados 1.218 km2.

Áreas privadas ou em algum estágio de posse foram as campeãs em desmatamento, sendo responsáveis por 59% do total para setembro. Em seguida aparece o desmatamento registrado em Assentamentos (29%) e Unidades de Conservação (10%).

As Terras Indígenas registraram apenas 2% do desmatamento total para o período. O dado do Imazon vai de encontro com um levantamento do MapBiomas, publicado em agosto, que mostrou que os territórios indígenas são as áreas mais preservadas do Brasil nos últimos 35 anos.

Em relação ao acumulado de janeiro a setembro deste ano, o desmatamento somou 8.939 km2, 39% a mais do que no mesmo período em 2020 e o pior índice em 10 anos. Em comparação com o mesmo período em 2019, contudo, a devastação em setembro deste ano é 53% maior. Já em relação à 2018, é quase três vezes superior.

O último “calendário do desmatamento”, período entre agosto de 2020 e julho de 2021, também registrou o maior desmatamento da década, quando a Amazônia Legal perdeu 10.476 km2 de floresta, uma área nove vezes o tamanho da capital do Rio de Janeiro.

Geografia do desmatamento

Pelo quinto mês consecutivo, o Pará segue na liderança como o estado que mais desmata na Amazônia, com 39% de toda a destruição em setembro. Seis das 10 terras indígenas mais afetadas pelo desmatamento no mês estão em solo paraense, assim como 5 das 10 unidades de conservação mais destruídas.

“Entre os municípios, os quatro paraenses que ficaram no ranking dos 10 que mais desmataram na Amazônia, Portel, Pacajá, São Félix do Xingu e Itaituba, concentraram 35% da destruição da floresta no estado”, destaca o pesquisador do Imazon, Antônio Fonseca.

Logo em seguida aparece o Amazonas (21%), Rondônia (14%), Mato Grosso (12%), Acre (10%), Maranhão (2%), Roraima (1%) e Amapá (1%).

O Imazon também alerta para o avanço de uma nova fronteira do desmatamento na Amazônia, localizada na divisa do Amazonas, Rondônia e Acre.

Uma nova fronteira do desmatamento “pode ter relação com a localização de um polo agropecuário na região”, explica a pesquisadora do Imazon Larissa Amorim.

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