Quarta-feira, 16 de Julho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 15 de julho de 2025
Frank Cascio, ex-assistente e amigo próximo de Michael Jackson, foi acusado em julho de 2025 de tentar extorquir US$ 213 milhões (cerca de R$ 1,18 bilhão) do espólio do cantor. A ação foi movida no Tribunal Superior de Los Angeles, onde os representantes legais do patrimônio de Jackson alegam que Cascio teria ameaçado divulgar acusações sensacionalistas contra o artista como forma de obter lucro, anos após tê-lo defendido publicamente em diversas ocasiões.
Durante mais de 30 anos, Cascio foi um dos nomes mais ligados ao círculo íntimo de Jackson. Seu pai conheceu o artista enquanto trabalhava em um hotel de Nova York, e a relação se estreitou a ponto de o astro passar temporadas na casa da família, especialmente após os ataques de 11 de setembro, como apontado em reportagem assinada por Stacy Brown no New York Amsterdam News.
Em 2011, no livro My Friend Michael, Cascio escreveu: “Quero ser preciso e claro, para que todos possam ler e entender: o amor de Michael pelas crianças era inocente e profundamente incompreendido”. Ele completou: “Em todos os anos em que convivi com ele, não vi nada que me fizesse suspeitar, nem quando criança, nem quando adulto”.
Apesar dessa longa defesa pública, os advogados do espólio alegam que tudo mudou após a exibição do documentário Leaving Neverland, da HBO, em 2019. Segundo o processo, Cascio e seus representantes teriam procurado os responsáveis pelo patrimônio de Jackson com propostas para venda de materiais e consultorias. O que começou como uma negociação evoluiu para o que os coexecutores John Branca e John McClain classificam como “esquema de extorsão civil”.
As ameaças incluiriam a divulgação de alegações não especificadas — mas que, segundo o espólio, contradizem diretamente as declarações passadas de Cascio. Os representantes relatam um encontro na piscina do Sunset Marquis Hotel, em Los Angeles, onde os convidados foram orientados a comparecer apenas de trajes de banho, para evitar possíveis gravações escondidas.
Diante da pressão, em janeiro de 2020, foi feito um acordo confidencial com cláusulas de arbitragem e pagamentos diluídos por cinco anos. No entanto, em julho de 2024, um novo pedido surgiu: Cascio, agora representado pelo advogado Mark Geragos, que já defendeu Jackson publicamente no passado, exigiu mais US$ 213 milhões (aproximadamente R$ 1,18 bilhão). A ameaça: “expandir o círculo de conhecimento” e prejudicar negócios do espólio, inclusive a venda de metade do catálogo musical de Jackson para a Sony, fechada em 2024 por US$ 600 milhões (cerca de R$ 3,34 bilhões).
Cascio já havia declarado à imprensa que nada de inapropriado aconteceu em sua convivência com o cantor. Em entrevista ao Good Morning America em 2011, ele afirmou: “Se Michael encostasse um dedo em mim, eu não estaria nesta cadeira agora”. No mesmo ano, declarou a Wendy Williams: “Absolutamente nada. E é isso que me deixa tão chateado”.
Agora, o espólio acusa o ex-assistente de tentar transformar essa narrativa em moeda de troca. Os advogados de Branca e McClain moveram ação para forçar a arbitragem prevista no contrato e impedir um processo público por difamação. “Tentativas como essa de manchar a memória de Michael para obter ganhos financeiros não terão sucesso”, afirmou Branca ao New York Post.
Segundo o processo, Geragos chegou a reduzir a demanda para US$ 44 milhões (aproximadamente R$ 245 milhões), mas manteve a ameaça de tornar as alegações públicas. Até o momento, Cascio e seu advogado não comentaram o caso.
Michael Jackson, morto em 2009 durante os ensaios da turnê This Is It, segue como a celebridade falecida mais lucrativa do mundo. Seus filhos — Prince, Paris e Bigi Jackson — têm administrado, junto ao espólio, projetos de homenagem e manutenção de sua memória.
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