Sábado, 10 de Maio de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 9 de maio de 2025
Pouco antes de morrer, no dia 8 de maio de 2023, em São Paulo, aos 75 anos, vítima de um câncer de pulmão, Rita Lee escreveu uma carta emocionante ao marido, Roberto de Carvalho, e aos três filhos, Beto, João (Juca) e Antônio (Tui).
A mensagem inédita foi revelada pela primeira vez no documentário “Rita Lee: Mania de Você”, lançado nessa quinta-feira (8) pela plataforma Max.
“Amados do meu coração, eu queria saber falar bonito para cada um de vocês o que sinto do fundo do meu coração, mas me expresso melhor escrevendo sobre o orgulho e a sorte que tenho em estar rodeada por quatro cavalheiros que me fazem perceber que sou a mulher mais completa do mundo”, escreveu Rita.
Rita também fez uma homenagem especial a Roberto, relembrando a trajetória do casal. “Você, Roberto, é o namorado mais fofo que existe, sempre elegante e discreto, precisa ver ser muito macho para aguentar uma mulher escandalosa, ex-presidiária, cinco anos mais velha e nem sempre fácil de se lidar”, declarou.
A cantora dedicou ainda palavras carinhosas aos herdeiros. A primeira foi para Beto: “Você sempre será meu loirinho mosquitinho, aquele que em uma época quando a minha vida passava por momentos difíceis cuidou de mim com ternura e respeito, sem nunca me julgar.”
Sobre Juca, a artista escreveu: “Você, Juca, meu moreninho, você é um cara mais retraído, mas nem por isso menos atrevido quando percebe alguma injustiça. Assim como eu, sua grande paixão são os bichos e te entendo perfeitamente. Obrigada por ser essa pessoa iluminada e abençoada.”
Por fim, Rita se dirigiu ao caçula, Antônio: “Tui, meu caçulinha, você, como bom leonino, é uma figura ensolarada. Desde pequeno enfezadinho, independente e sempre sabendo o que queria. Obrigado por ser essa pessoa zen e bom de papo. Entendo perfeitamente porque as garotas te acham sedutor.”
Rita finalizou a carta com um agradecimento à família. “Obrigada a vocês, Beto, Juca e Tui, por terem nascido de mim e obrigado, Roberto, por ser o pai deles. Deus nos abençoe e nos proteja, mãe.”
Rita ajudou a incorporar a revolução do rock à explosão criativa do tropicalismo, formou a banda brasileira de rock mais cultuada no mundo, os Mutantes, e criou canções na carreira solo com enorme apelo popular sem perder a liberdade e a irreverência.
Sempre moderna, Rita foi referência de criatividade e independência feminina durante os quase 60 anos de carreira. O título de “rainha do rock brasileiro” veio quase naturalmente, mas ela achava “cafona” – preferia “padroeira da liberdade”.
No Ar: Pampa Na Madrugada