Sexta-feira, 08 de Agosto de 2025

Home Brasil Após tarifaço de Trump, governo Lula avalia disponibilizar R$ 10 bilhões para renegociação de dívidas do agronegócio

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O governo federal avalia a criação de uma linha de financiamento de R$ 10 bilhões para renegociação de dívida de produtores rurais para minimizar os efeitos do tarifaço do presidente americano Donald Trump sobre os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos. De acordo com técnicos a par das discussões, metade do valor entrará neste ano e o restante em 2026.

A sobretaxa de 50% começou a vigorar nesta quarta e vai afetar produtos como café e carne. Poderão se beneficiar tomadores de empréstimos do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Portes programas (Pronampe); Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf) e Cédula de Produto Rural (CPR) – um título de crédito pelo qual produtores rurais e cooperativas podem acessar recursos para sua produção com venda antecipada de safra.

O alvo são pecuaristas, produtores de café e frutas, afetados pelo tarifaço. Mas os outros setores também poderão ser beneficiados. Os detalhes da nova modalidade precisarão ser regulamentados pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

A renegociação de dívida dos produtores rurais consta da minuta da minuta da medida provisória (MP) que trata do pacote de contingenciamento para enfrentar o tarifaço, em vigor desde essa quarta-feira.

O decreto assinado por Trump implementa uma tarifa adicional de 40% sobre o Brasil, elevando o total da tarifa para 50%. Foram sobretaxados carne, café, frutas, pescados, calçados, têxteis, por exemplo. Ficaram de fora quase 700 setores, como aviões e peças fabricados pela Embraer, suco de laranja e segmentos da área de petróleo e energia.

Além da renegociação da dívida dos produtores rurais, o setor deverá contar com empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiamento de capital de giro, com juros subsidiados pelo Tesouro Nacional. Também fazem parte do pacote medidas para ajudar indústrias, preservar empregos e abertura de mercados alternativos aos Estados Unidos.

Próximo movimento

Após várias tentativas para abrir um canal de negociação com os Estados Unidos para evitar tarifas de até 50% nas exportações brasileiras, o governo Lula espera que o próximo movimento para a retomada do diálogo deve ser dado pela Casa Branca. A avaliação é que o Brasil já deixou claro que está disposto a conversar sobre comércio, mas não sobre a política interna.

Há contatos reservados entre representantes dos governos dos dois países. Junto com empresários dos diferentes setores afetados pelo tarifaço, negociadores brasileiros preparam uma resposta, a ser apresentada no próximo dia 18, aos questionamentos feitos por Washington relacionados a uma série de temas, com o acesso do etanol americano ao Brasil, a corrupção, o uso do Pix e o respeito à propriedade intelectual, com ênfase em medicamentos.

Até agora, o governo americano não disse claramente que produtos ou em que áreas pretende negociar com o Brasil. A única certeza é que Trump pressiona pelo fim do processo que corre no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, o que é considerado inaceitável pelo Palácio do Planalto e o Itamaraty.

Uma notícia considerada positiva por interlocutores do governo brasileiro é a conversa que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, terá com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, na próxima quarta-feira (13).

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