Domingo, 02 de Novembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 2 de novembro de 2025
Para aí ! Pode parar!
Com todo mundo falando das ações da polícia no RJ . Que conversa é essa de estiagens?
Ainda nem chegou o verão, nem está tão calor ! E muito menos , tivemos prejuízos neste ano com secas.
Que pauta é essa? Mais fora de hora!
Para entrar nesta pauta triste e repetitiva tem que ser quando o desespero dos agricultores ao verem suas lavouras morrendo sem água.
Estamos acostumados com o tema se repetindo e a frustrada tentativa de se fazer algo quando a água começa a faltar.
Por décadas, a história de sempre. Água tarde demais , a planta sentiu , já perdeu.
Então começa o “script” , o governo do Estado inaugura um “Gabinete de crise hídrica”.
Primeiramente ações emergenciais para dizer que está fazendo alguma coisa, depois chora junto para contabilizar os recordes de prejuízos.
O fenômeno das estiagens na região sul são sazonais e periódicos com eventos a cada 7 anos , agravados a cada 12 ou 13 anos. Ou seja, o tema é recorrente e é muito bem conhecido. A forma de abordagem é equivocada , quando não irresponsável.
Abastecimento de água requer planejamento de médio prazo, pois são obras que demandam estudos e projetos.
Também é preciso corrigir um problema semântico que atrapalha a concepção de nominar o tema como – Combate às estiagens – não existe isso !
Não há como combater os efeitos climáticos. Países frios não combatem a neve do inverno. A Inglaterra não combate o “fog” londrino. Convive e se puder , tira proveitos.
Efeitos climáticos são eventos naturais. O que devemos fazer é antever seus efeitos ruins.
É impossível ir contra a natureza das coisas, agindo sempre como agimos, os resultados são os mesmos e as desculpas também!
Culpamos o verão seco, as águas do Pacifico , vizinha molhando a grama ou lavando o carro , ou se joga tudo pro alto e põe a culpa no aquecimento global!
As ações de emergência até podem ter grande impacto político na mídia como forma de apresentar algo do tipo :
“Vejam o que estamos fazendo!!”
Mas é só começar a chover e o assunto saí do noticiário e os programas emergenciais e projetos de prevenção ao déficit hídrico , são deslocados como “não prioritários” na agenda do Estado.
E a cada 7 anos , normalmente no verão, a tragédia se repete. Não aprendemos com nossos erros.
A iniciativa privada investe em sementes, fertilizantes, tratores, máquinas , combustível e mão de obra e depois… junta as mãos e olhando para os céus clama pedindo à Deus que chova.
O próximo governo do Estado terá a oportunidade de corrigir visões historicamente distorcidas. De ouvir o setor produtivo, suas demandas e promover ações de Estado.
Com a visão voltada para resultados , para a eficiência e os lucros.
Água é vetor de desenvolvimento de qualquer processo civilizatório é um insumo básico em qualquer atividade produtiva , principalmente agrícola.
A água tem que estar disponível no momento exato e no lugar certo.
O Estado do RS é altamente privilegiado com o clima , ou melhor com o regime de chuvas, pois chuvas de menos não é o maior problema , se houver infra-estrutura e gestão hídrica. Problema é água em excesso !! Neste sim, não há o que fazer.
Temos uma oferta hídrica normalmente bem equilibrada, o problema é a falta de obras de irrigação e saneamento que possam estar à postos, quando necessário for.
Seguimos acumulando prejuízos de bilhões de reais em anos de menor oferta hídrica no verão , com perdas enormes de riquezas e impostos.
Se o governo do Estado do RS destinar 50% do que se perde de receita todos anos na infraestrutura hídrica permanente, os problemas de estiagens do Rio Grande do Sul já estariam sanados.
Rogério Pons da Silva
Jornalista e empresário.