Sábado, 09 de Agosto de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 8 de agosto de 2025
O mês de agosto e seus desgostos, tradicionalmente ouvimos falar de acontecimentos trágicos neste período do ano, sendo assim, vamos tratar de um acontecimento histórico dos mais calamitosos da humanidade, com certeza a maior tragédia do século XX, a “Segunda Guerra Mundial” e todas as atrocidades cometidas pelo ser humano, do holocausto as bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, em 6 e 9 de agosto de 1945.
Em visita ao museu da UFRGS, em 2016, me deparei com uma exposição impactante sobre a Segunda Guerra Mundial, mais precisamente, sobre o Holocausto Nazista.
Desta feita a história era sobre 35 meninas judias que foram aprisionadas em uma antiga fortaleza na cidade de Praga, na Tchecoslováquia, onde permaneceram por longo tempo e aos poucos foram sendo enviadas aos campos de concentração, onde fatalmente encontrariam o sofrimento, a fome, as doenças e a morte.
Inicialmente foram separadas de suas famílias e enviadas para a antiga fortaleza, uma vez no local, passaram a habitar um pequeno quarto, desprovido de luz natural, com umidade e cheiro de mofo. Esse quarto possuía na porta um icônico número, o algarismo 28.
As inúmeras meninas eram monitoradas diariamente por algumas pessoas, que eram denominadas pelos nazistas de cuidadores, o dia a dia era difícil, passavam o tempo com poucas atividades físicas e intelectuais, entre elas o desenho e a pintura, pois uma das “cuidadoras”, coincidentemente, era professora de arte.
Os desenhos que elas fizeram no cárcere estavam na exposição, todos pendurados na forma de um varal, uma cena impactante!
Com o intuito de resistir de alguma forma, as meninas criaram entre elas, uma espécie de associação, como se fosse um clube, que denominaram: “Ma’agal”, que em hebraico significa, círculo ou perfeição.
Realizaram um juramento, onde prometeram amizade e ajuda mútua, quando fosse necessário, também criaram um hino, um lema e uma bandeira.
O lema, dizia assim: “Você confia em mim, eu confio em você, você sabe o que eu sei, não importa o que acontecer, você não me trairá e eu não trairei você”.
Quando então se aproximava o final da guerra, sobraram apenas quatro meninas no quarto 28, então resolveram cortar a bandeira em quatro partes e combinaram que ao final do conflito, em algum momento, iriam se reencontrar e uniriam as quatro partes da bandeira novamente.
O inevitável aconteceu, as últimas quatro meninas do quarto 28, foram enviadas a um campo de concentração nazista, quando acabou a guerra, apenas uma jovem havia sobrevivido, então ela pegou o seu pedaço da bandeira, colocou sobre um tecido, costurou e desenhou o restante que faltava. A bandeira também estava na exposição e de alguma forma ela foi reconstruída novamente, como elas haviam combinado.
Quando eu estava lendo essa parte e visualizando a bandeira, quase fui as lágrimas, naquele exato instante fui acometido de uma emoção que jamais havia acontecido, mas não há como ser diferente, quando nos deparamos diante das atrocidades históricas do Holocausto Nazista.
Essa triste história, emocionante e apesar de tudo, “linda”, foi transformada em livro, com o título de: “As Meninas do Quarto 28”.
Precisamos revisitar a história, adquirir conhecimento e consciência dos fatos, para que de alguma forma consigamos contribuir, para que jamais volte a acontecer!
Este texto é uma forma de manter viva a memória dessas jovens heroínas: “As Meninas do Quarto 28”.
(Luís Eduardo Souza Fraga é historiador e escritor)
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