Sábado, 05 de Julho de 2025

Home em foco Assassinato de jornalista, joias de Bolsonaro: conheça o príncipe saudita novo chefe de Neymar

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O príncipe Mohamed bin Salman é o novo patrão de Neymar, que fechou um vínculo de duas temporadas com o Al-Hilal, um dos clubes adquiridos pelo fundo estatal de investimentos da Arábia Saudita. Aos 37 anos, o príncipe herdeiro é alvo de inúmeras denúncias, entre elas a de mandar esquartejar um jornalista dissidente, intolerância religiosa e de impor um apartheid contra mulheres e homossexuais.

Salman é o primeiro na linha de sucessão do trono e foi nomeado primeiro-ministro, cargo tradicionalmente exercido pelo rei, que sofre da doença de Alzheimer, em setembro do ano passado. Anteriormente, ele atuou como vice-primeiro-ministro e ministro da Defesa. De acordo com uma estimativa da consultoria Brand Finance, o patrimônio avaliado em US$ 1,4 trilhão (cerca de R$ 5,8 trilhões).

Nos últimos anos, Bin Salman adquiriu diversos bens. Dentre eles, comprou, em 2021, uma das mansões mais caras do mundo: um castelo localizado em Versalhes, na França, adquirido por 230 milhões de libras, equivalente a R$ 1,4 bilhão. A propriedade conta com um jardim de 23 hectares, uma adega com espaço para mais de 300 garrafas de vinho, duas piscinas e um interior com portas e corrimãos de escada revestidos em ouro.

No entanto, a trajetória do príncipe é marcada por suspeitas de ordem de assassinato e perseguição a minorias. Confira as principais acusações contra o príncipe saudita.

Assassinato

Um relatório da Inteligência dos Estados Unidos sobre o assassinato Jamal Khashoggi, divulgado em 2021, concluiu que Mohamed bin Salman aprovou uma operação para “capturar ou matar o jornalista”. Jamal desapareceu no dia 2 de outubro de 2018, depois que entrou no consulado saudita em Istambul. A Arábia Saudita indicou que ele foi morto “durante uma luta”.

Khashoggi vem de uma família conhecida no país e morava nos EUA, desde 2017, por uma questão de segurança. Ele escrevia colunas para o The Washington Post e havia lançado projetos para consolidar a oposição ao regime saudita, com propaganda e pressão por reformas. O jornalista foi estrangulado por um esquadrão de 15 assassinos sauditas e teve o corpo desmembrado e descartado.

“O príncipe herdeiro via Khashoggi como uma ameaça ao país e apoiava de modo geral o uso de medidas violentas, se necessário, para silenciá-lo”, aponta o documento.

Iêmen

Em 2018, um grupo de defesa dos direitos humanos iemenita processou o autocrata por cumplicidade em tortura e tratamento desumano no país. A queixa afirma que o príncipe e então ministro da Defesa da Arábia Saudita foi responsável pelos vários ataques aéreos que atingiram e mataram civis.

“Ele ordenou os primeiros ataques no território iemenita em 25 de março de 2015”, disseram os advogados do grupo, Joseph Breham e Hakim Chergui. “A existência de bombardeios indiscriminados pelas forças armadas da coalizão que afetam as populações civis no Iêmen pode ser qualificada como atos de tortura”.

O governo da Arábia Saudita liderado por Mohamed bin Salman também é constantemente acusado de apoiar grupos jihadistas, mas permanece como aliado do Ocidente.

Perseguição

A monarquia absolutista da Arábia Saudita tem uma população quase inteiramente islâmica. O país não possui liberdade religiosa e a conversão ao cristianismo é proibida por lei. Caracterizado como crime de “apsotasia”, o cidadão pode ser punido com pena de morte. Os cristãos são proibidos de se expressar livremente até mesmo dentro das casas, que são inspecionadas pela polícia da fé. Sinais de culto podem causar a expulsão do país.

A rígida sociedade saudita também oprime as mulheres, que são monitoradas de perto. Elas não têm permissão para deixar suas casas sem companhia familiar masculina e correm risco de sofrer abuso físico e sexual. Esse comportamento está relacionado à posição subordinada feminina na sociedade saudita e sua condição desprotegida quando estão sozinhas.

A perseguição contra pessoas da comunidade LGBTQIA + no país é outro ponto denunciado. A lei estabelece pena de morte para os atos sexuais consensuais entre pessoas do mesmo sexo.

Joias

O governo Bolsonaro tentou trazer joias doadas pela Arábia Saudita. O episódio aconteceu em outubro de 2021 e envolveu várias tentativas subsequentes de liberar os itens da alfândega no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, onde o material acabou apreendido por não ter sido devidamente declarado. As pedras preciosas seriam um presente da Arábia Saudita, liderada pelo ditador Mohamed bin Salman.

Um conjunto com colar, anel, relógio e um par de brincos de diamante estava na mochila de um militar, assessor do então ministro Bento Albuquerque. O titular das Minas e Energia voltava, na ocasião, de uma viagem pelo Oriente Médio.

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