Terça-feira, 16 de Dezembro de 2025

Home Mundo “Assumam a responsabilidade”, diz Lula ao cobrar presidentes europeus por acordo com o Mercosul

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou os governos da França e da Itália o compromisso de assinar o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia.

“Eu espero que o meu amigo Macron [presidente da França] e a primeira-ministra Meloni da Itália, sabe, assumam a responsabilidade de no sábado agora, eu estou indo para a Foz do Iguaçu, fazer uma reunião da Unasul com a participação da União Europeia, eu espero que eles tragam a boa notícia de que vão assinar o acordo e que não vão ter medo, sabe, de perder competitividade com o povo brasileiro”, disse Lula.

Lula disse que explicou que a União Europeia está disposta a fazer o acordo, mas que Macron está relutante em avançar com o acordo por receio de perder competitividade em produtos agrícolas e que o “povo está meio rebelde na França”.

“Mesmo eu dizendo para ele que o Brasil não compete com os produtos agrícolas da França. Na verdade, são coisas diferentes, são qualidades diferentes, e nós estamos cedendo mais do que eles”, disse o presidente.

O Parlamento Europeu aprovou nesta terça-feira (16) os mecanismos de salvaguarda para importações agrícolas vinculadas ao acordo da União Europeia com o Mercosul. Foi um novo passo para que o pacto, negociado há 26 anos, possa ser assinado entre os blocos.

O texto aprovado, no entanto, é mais rígido em relação à proposta original da Comissão Europeia, que elaborou as salvaguardas em setembro.

O objetivo é permitir que os benefícios tarifários do Mercosul possam ser suspensos temporariamente, caso a UE entenda que isso esteja prejudicando algum setor do agro local.

Com as mudanças no texto, os parlamentares terão que negociar um acordo com o Conselho Europeu, o grupo de governos da UE, que havia apoiado a versão anterior.

As negociações começam já nesta quarta-feira (17), segundo a agência Reuters. O Conselho se reunirá nas próximas quinta (18) e sexta (19), e a expectativa era que o acordo pudesse ser votado no órgão ainda nesta semana.

Caso ele seja aprovado, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pode viajar à Cúpula do Mercosul para assinar o pacto. O encontro ocorre no sábado (20), em Foz do Iguaçu, no Brasil.

Para que o acordo seja aprovado pelo Conselho Europeu, órgão que dá autorização à Comissão Europeia para realizar acordos comerciais, é preciso maioria qualificada. Isso significa ter o aval de pelo menos 15 dos 27 Estados-membros e que eles representem 65% da população do bloco.

A França é a principal representante do grupo de países europeus resistentes a firmar o acordo que ambos os blocos negociam há duas décadas. Os agricultores franceses temem que seu mercado seja inundado com produtos agrícolas do Mercosul, considerados mais competitivos.

Macron e a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, concordaram nesta segunda-feira (15) com a necessidade de adiar a votação sobre o acordo, segundo a agência Reuters.

A Itália pode ter posição decisiva na aprovação do acordo. Isso porque, ao lado da França, Polônia e Hungria estão na lista das nações oficialmente relutantes em aceitar o tratado. Já Áustria e Irlanda demonstram que poderiam se opor. A Bélgica, por sua vez, já disse que irá se abster da votação.

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