Domingo, 26 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 25 de outubro de 2025
Astrônomos da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, publicaram um estudo na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society: Letters, sugerindo a existência de um novo planeta no Sistema Solar. O corpo, denominado provisoriamente Planeta Y, teria tamanho semelhante ao da Terra e estaria localizado além de Netuno, na região do Cinturão de Kuiper.
A pesquisa analisou as trajetórias de 154 objetos do Cinturão de Kuiper e identificou que, a partir de cerca de 80 unidades astronômicas do Sol (aproximadamente 12 bilhões de quilômetros), essas órbitas começam a se inclinar em relação ao plano esperado. Esse desvio não pode ser explicado apenas pela influência gravitacional dos planetas conhecidos.
Simulações realizadas pelos pesquisadores indicam que um planeta com massa entre a de Mercúrio e a da Terra, com órbita distante e levemente inclinada, poderia causar esse efeito gravitacional. Esse corpo hipotético teria uma trajetória a 100 a 200 vezes a distância da Terra ao Sol, tornando-o difícil de detectar com os telescópios atuais.
Os autores destacam que essa hipótese não é a mesma do “Planeta 9”, proposta em estudos anteriores, mas um objeto distinto que influenciaria outra região do Sistema Solar. O possível Planeta Y teria uma inclinação de cerca de 15 graus e massa suficiente para “puxar” o plano dos corpos menores ao seu redor.
Desvios nas órbitas
A hipótese surgiu após a análise das trajetórias de 154 objetos do Cinturão de Kuiper, área que reúne restos de gelo e rocha formados nos primórdios do Sistema Solar.
A equipe percebeu que, a partir de cerca de 80 unidades astronômicas do Sol -aproximadamente 12 bilhões de quilômetros, as órbitas desses corpos começam a se inclinar de modo inesperado.
Essas anomalias, de acordo com os astrônomos, não podem ser explicadas pela gravidade dos planetas já conhecidos. As simulações apontam que um planeta com massa entre a de Mercúrio e a da Terra, orbitando o Sol a 100 a 200 vezes a distância da Terra, seria capaz de provocar o efeito observado.
Próximos passos
Detectar o planeta, porém, ainda é um desafio. A distância extrema e o baixo brilho tornam sua observação direta impossível com os telescópios atuais. A equipe de Princeton acredita que levantamentos astronômicos futuros, como o que será conduzido pelo Observatório Vera C. Rubin, poderão confirmar ou refutar a hipótese.
Se comprovada, a descoberta marcará um feito histórico: o primeiro novo planeta identificado no Sistema Solar desde Netuno, há mais de 170 anos.