Quarta-feira, 17 de Setembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 16 de setembro de 2025
A morte de Robert Redford, aos 89 anos, marca o fim de uma era em Hollywood. Reconhecido não apenas pelo talento como ator e diretor, o artista também foi, por décadas, um símbolo de charme e sofisticação, atributos que o acompanharam em todas as fases da vida.
Nascido em Santa Monica, na Califórnia, em 18 de agosto de 1936, Charles Robert Redford Jr. cresceu em um lar de classe média e enfrentou turbulências na juventude. Problemas com o álcool o levaram a buscar refúgio em atividades criativas e esportivas, onde encontrou uma válvula de escape e, mais tarde, seu verdadeiro caminho.
Redford estreou profissionalmente nos palcos e logo migrou para o cinema, onde começou a construir a imagem de galã sofisticado. Sua primeira grande aparição foi em “Descalços no Parque” (1967), uma comédia romântica em que contracenou com Jane Fonda. A leveza do papel, combinada com sua presença cênica arrebatadora, logo o colocou sob os holofotes.
Dois anos depois, consolidou sua fama com “Butch Cassidy” (1969), ao lado de Paul Newman. O visual descontraído, o olhar penetrante e a confiança natural fizeram dele um dos rostos mais desejados do cinema. Era o tipo de beleza que não precisava ser exibida, bastava estar em cena.
Durante os anos 1970, Redford se tornou um dos nomes mais lucrativos e respeitados de Hollywood. Protagonizou sucessos como “Golpe de Mestre” (1973), “O Grande Gatsby” (1974) e “Todos os Homens do Presidente” (1976). Mesmo quando seus personagens enfrentavam dilemas éticos ou políticos, sua figura permanecia inegavelmente sedutora, sem esforço, sem excessos.
Com a chegada da década de 1980, ele deu início a uma nova fase: a de diretor. Seu primeiro trabalho por trás das câmeras, “Gente como a Gente” (1980), rendeu-lhe o Oscar de Melhor Diretor. A beleza física, agora acompanhada de maturidade artística, mostrava que Redford era muito mais do que um rosto bonito, mas também não deixava de ser um.
Nos anos seguintes, ele comandou projetos elogiados como “Nada É para Sempre” (1992) e “Quiz Show” (1994), além de continuar atuando em longas comoventes. Mesmo com o avançar da idade, seu charme permanecia intacto. Em “Até o Fim” (2013) e “O Velho e a Arma” (2018), já com cabelos grisalhos e rosto marcado pelo tempo, Redford exalava a mesma energia cativante que encantou plateias décadas antes.
Em uma surpreendente participação no universo Marvel, apareceu em “Capitão América: O Soldado Invernal” (2014) e “Vingadores: Ultimato” (2019). Até mesmo nesse contexto de superproduções, sua presença trazia uma aura clássica, quase fora do tempo, um tipo raro de estrela cuja sedução não dependia da juventude.
Fora das telas, Redford também se destacou como ativista ambiental e defensor do cinema independente. Fundador do Instituto Sundance e do festival que leva o mesmo nome, foi peça-chave na valorização de novas vozes cinematográficas.
Apesar de ter anunciado a aposentadoria em 2018, sua influência permaneceu viva, e sua ausência nas telas após “Ultimato” reforçou o impacto de sua figura. Na vida pessoal, manteve discrição. Casado com a artista plástica alemã Sibylle Szaggars desde 2009, viveu momentos trágicos com a perda de dois filhos, frutos do casamento anterior com Lola Van Wagenen.