Domingo, 15 de Setembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 25 de setembro de 2022
Os pequenos negócios estão mostrando grande interesse por crédito. Entre o primeiro e o segundo trimestres deste ano, o volume de crédito para pequenos negócios aumentou 57%, tendo alcançado R$ 92,8 bilhões, segundo levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). É o maior crescimento entre dois trimestres sucessivos já registrado pela pesquisa do Sebrae, que se baseia em dados do Banco Central sobre crédito.
É um bom indicador das perspectivas de evolução da economia nos próximos meses, pois as empresas de menor porte são as grandes responsáveis pela geração de emprego no País. De cerca de 1,5 milhão de postos de trabalho formais abertos nos sete primeiros meses de 2022, 1,1 milhão está em micro, pequenas e médias empresas. Em média, essas empresas vêm gerando sete entre dez novos empregos formais.
O aumento expressivo do crédito, no entanto, ocorre apenas neste ano. Na comparação com os números do ano passado, a expansão é bem mais modesta. O volume de crédito total de R$ 151,9 bilhões para essas empresas no primeiro semestre é apenas 0,62% maior do que o de igual período de 2021.
Apesar da diferença da velocidade de crescimento, os números mostram mais atenção das instituições financeiras para empresas de menor porte. O efeito dessa atenção chega a ser notável, quando se comparam os resultados dos créditos totais envolvendo empresas de todos os portes. Em agosto, por exemplo, a demanda das empresas por crédito avaliada pela Serasa Experian aumentou 1,3% na comparação com os dados de um ano antes. Esse aumento se deve exclusivamente à demanda das micro e pequenas empresas, cujo crescimento de 1,5% foi suficiente para cobrir os resultados negativos da demanda por crédito das empresas de médio e de grande porte.
O presidente do Sebrae, Carlos Melles, vê nesses números uma mudança no relacionamento das instituições financeiras com os pequenos negócios. Programas emergenciais, como o Pronampe – criado em 2020 para ajudar os pequenos empreendimentos a enfrentar as consequências da pandemia e tornado permanente neste ano –, facilitaram a aproximação das empresas menores aos bancos. A proximidade se consolida.
Em 2016, tomadores de crédito classificados como micro, pequenos e médios empreendimentos somavam 5 milhões; no segundo semestre de 2021 eram 6,4 milhões; e um ano depois, 7,3 milhões. Esses números “mostram a importante e necessária evolução do mercado de crédito para essas empresas”, diz Melles.
O crédito impulsiona as atividades dessas empresas, cujo papel na sustentação do emprego é de grande destaque. Os resultados mais recentes sobre as operações financeiras envolvendo esse grupo de empreendimentos apontam, portanto, para a melhora do mercado de trabalho. Há, porém, sinais de riscos. A persistência de dificuldades financeiras do setor público pode exigir a manutenção por mais tempo da política monetária rigorosa pelo Banco Central. Isso quer dizer juros altos por um período ainda incerto. O crédito deve continuar caro.
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