Quarta-feira, 15 de Maio de 2024

Home em foco Aviões contornam zona de guerra, deixando os céus vazios sobre a Ucrânia e partes da Rússia

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Uma das consequências da invasão da Ucrânia pela Rússia é o redesenho das rotas aéreas europeias, depois que sanções anunciadas pela União Europeia no fim de fevereiro baniram aviões russos de seu espaço aéreo. Os Estados Unidos e o Canadá também tomaram medidas semelhantes. Em resposta, a Rússia também proibiu aviões ocidentais de passar por seu espaço aéreo.

As medidas sem precedentes do Ocidente visam pressionar o presidente russo, Vladimir Putin, a encerrar a invasão, o maior ataque a um Estado europeu desde a Segunda Guerra.

Além do veto à aviação civil, ministros da UE concordaram em negar no bloco a entrada de jatos particulares de oligarcas russos, que constituem o núcleo de apoiadores mais próximos do líder russo.

As sanções provocaram cancelamentos de voos e custosos desvios, prejudicando a recuperação do setor já afetado pela pandemia. O setor de locação de aeronaves, principalmente sediado na Irlanda, foi obrigado a parar de fazer negócios com as companhias aéreas russas.

Sem acesso às vias aéreas da Rússia, especialistas dizem que as transportadoras terão que desviar voos para o sul, evitando também áreas de conflito no Oriente Médio, como o Iêmen e a Síria.

Voos recentes de companhias aéreas europeias e americanas com destino à Ásia foram forçados a fazer grandes desvios.

Algumas companhias aéreas que operam a mesma rota tiveram de realizar viagens muito diferentes em razão das proibições. Apesar de poder voar da Rússia para a Europa, muitas companhias aéreas asiáticas mudaram suas rotas como medida de precaução.

Voos russos

Os voos comerciais russos também foram afetados. A Aeroflot, a companhia aérea do país, disse ter cancelado todos os voos para destinos europeus. Voos para alguns destinos da América Central também foram fechados em virtude do fechamento do espaço aéreo canadense.

Alguns voos que operam entre Moscou e a América Central tiveram que evitar a Groenlândia, o Canadá e os EUA, adicionando tempo na duração da viagem.

Os países vizinhos fecharam seu espaço aéreo para aeronaves russas, mas os voos em Kaliningrado, na Rússia, podem continuar operando por meio de um estreito corredor de espaço aéreo. Segundo a definição legal de espaço aéreo nacional, as nações não podem proibir aeronaves a mais de 12 milhas náuticas além da linha de sua base costeira.

Kaliningrado é uma região russa que fica no Mar Báltico entre os membros da UE, Lituânia e Polônia. Moscou capturou a região da Alemanha no final da 2ª Guerra.

O mapa abaixo mostra as áreas fora dos limites do Mar Báltico e como a Rússia tem operado voos por lá. As aeronaves não conseguem sair da área para o oeste e norte devido ao espaço aéreo restrito, mas Kaliningrado permanece conectada à Rússia continental.

Alternativas

Dados do serviço de rastreamento de voos FlightRadar24 mostram céus vazios sobre a Ucrânia e partes da Rússia. O setor aéreo internacional da Ucrânia enviou parte de sua frota em segurança para o exterior antes do conflito. No entanto, muitos voos estavam operando a partir de Kiev até a invasão da Rússia em 24 de fevereiro.

As companhias aéreas contornavam todo o país em corredores lotados ao norte e oeste, deixando um buraco no mapa da aviação.

Mapas mostram voos de passageiros ou de carga da região do conflito. A Reuters analisou dados de trajetória de voo do FlightRadar24, filtrando aqueles que possuem número de voo, o que indica voos privados, comerciais ou de carga programados

Enquanto o espaço aéreo da Ucrânia está relativamente quieto em meio à crise com a Rússia, um veículo militar americano pilotado remotamente chamado RQ-4 Global Hawk chama a atenção, sobrevoando o país em círculos por horas a fio.

No mês passado, dois dos aviões espiões viajaram em missões regulares do Mar Mediterrâneo para a Ucrânia, onde navegaram dando voltas pelo norte e pelo leste, de acordo com o Flightradar24.

Os voos de alta altitude e longa distância dos drones coincidiram com um aumento militar da Rússia ao longo da fronteira ucraniana e diversas tentativas diplomáticas de líderes dos Estados Unidos, Europa e Rússia para evitar a guerra.

Às vezes, os dois aviões foram os únicos publicamente visíveis sobre o leste da Ucrânia. “Com esses tipos de voos, deixar o transponder ligado é uma decisão consciente”, disse Ian Petchenik, diretor de comunicações do Flightradar24.

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