Domingo, 12 de Maio de 2024

Home Economia Banco Central adota medida que pode ajudar a prevenir golpes, praga que atormenta os brasileiros

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Veio em boa hora a iniciativa do Banco Central (BC) de buscar brecar o crescente número de fraudes bancárias. Os bancos e outras instituições financeiras terão que compartilhar entre si dados sobre fraudes. As informações repassadas entre essas entidades devem ajudar a prevenir a repetição dos golpes. Como se sabe, é comum que uma pessoa que aplica um golpe tente repeti-lo com outros e em outros bancos. Ao tomar conhecimento de detalhes das fraudes, os bancos poderão adotar procedimentos de prevenção e aumentar a segurança dos clientes e deles mesmos.

Os números são alarmantes. Apenas no mês de janeiro, os brasileiros sofreram 284 mil tentativas de fraudes, segundo a Serasa Experian. Ou seja, a cada 9 segundos há uma tentativa de golpe. E o setor mais afetado é exatamente o financeiro. Pelas estatísticas da Serasa, fraudes contra bancos, cartões e financeiras representaram 66% do total.

Os valores envolvidos também impressionam. No ano passado, levantamento feito pelo Estadão indicou que o volume de golpes no sistema financeiro poderia atingir R$ 2,5 bilhões, e mais de 70% desse volume estaria relacionado ao uso do Pix, o sistema de pagamentos instantâneos criado pelo BC, lançado em 2020. Rapidamente, o Pix foi adotado por grande parte da população pelas facilidades que oferece, em especial a rapidez nas transações, e pela gratuidade.

Entre 2021 e 2022, o uso do Pix aumentou 228,9%, segundo dados do BC; o Brasil passou a ser o segundo país em que os mecanismos de pagamento instantâneo são mais populares, atrás apenas da Índia. Curiosamente, são os países emergentes que lideram a corrida pela popularização dos meios de pagamento instantâneos.

O aumento do número de fraudes não é exclusividade do Brasil. Pesquisa feita pela empresa de consultoria KPMG, divulgada em 2019, com 43 bancos de todas as regiões do mundo, apurou que mais da metade dos entrevistados anotou incremento no valor e no volume das fraudes, incluindo roubo de identidade e de contas, ataques cibernéticos e golpes de pagamentos supostamente autorizados. Para os bancos, a conta é alta. Embora a pesquisa não informe os valores envolvidos nesses golpes, relata que mais da metade dos entrevistados recuperou menos de 25% das perdas.

A norma instituída pelo Banco Central brasileiro ainda depende de novas orientações a serem dadas pelas autoridades monetárias nos próximos meses, e os bancos terão que passar a trocar informações até o dia 1.º de novembro. E antes que o sistema possa começar a funcionar, os bancos terão que pedir licença a seus clientes para repassar os dados das fraudes para outras instituições financeiras. Esses procedimentos burocráticos fazem parte da boa prática bancária.

A ocorrência com tanta frequência de golpes e fraudes perturba a vida de milhares de brasileiros e de suas famílias, atrapalha os orçamentos domésticos e pode corroer a confiança dos clientes nas instituições financeiras. É salutar, portanto, o passo dado agora pelo BC. E que venham outros aprimoramentos para melhorar a relação dos brasileiros com o sistema financeiro.

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