Domingo, 19 de Maio de 2024

Home Economia Bancos apresentam estudo contra teto para rotativo do cartão de crédito

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O rotativo do cartão de crédito, linha mais cara do sistema financeiro, está em pauta de discussões no governo e no Congresso.

Com o objetivo de baratear, os dirigentes dos maiores bancos do País levaram ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), um levantamento para rechaçar a proposta de limitar o juro na modalidade, nos moldes do que foi feito com o cheque especial.

Conforme o estudo que foi feito por uma consultoria privada contratada pelas instituições financeiras, se a taxa for tabelada, o impacto pode chegar a R$ 350 bilhões no consumo das famílias. É o que afirma o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney.

Segundo o presidente da Febraban, as compras no cartão de crédito respondem por 40% do consumo brasileiro, um volume anual de R$ 2 trilhões.

O montante corresponde a 65 milhões de cartões que seriam cancelados caso o teto de juros seja aprovado.

“Esse número não corresponde ao cliente porque uma pessoa pode ter mais de um cartão”, ressaltou.

Isaac confirmou que participou da reunião entre os presidentes de Bradesco, Santander e Itaú com Lira, Pacheco e líderes de partidos das duas casas.

“Na reunião, foram apresentadas as consequências danosas para o consumo e a economia, no caso de um eventual tabelamento dos juros no rotativo”, afirmou.

“O impacto seria em 35% dos clientes, algo como R$ 350 bilhões [dos R$ 2 trilhões anuais], algo como 3,5% do PIB [Produto Interno Bruto]”, destacou o presidente da Febraban.

Sidney pontuou que o setor admite que o rotativo é um produto muito caro e disse que as soluções para o problema ainda estão em debate.

Líder do PDT na Câmara, o deputado André Figueiredo (CE) disse que a proposta em discussão na Câmara é reduzir os juros do rotativo de 12% para 8% ao mês. Figueiredo ironizou a preocupação das maiores instituições financeiras do país.

“Eles afirmaram que os bancos, com lucros bilionários, vão quebrar se isso acontecer”, disse.

“Nós entendemos que algum limite precisa ter.”

Relator do projeto na Câmara, o deputado Alencar Santana Braga (PT-SP) afirmou que o principal entrave para a conclusão do relatório, neste momento, é encontrar uma proposta que reduza os juros do crédito rotativo do cartão.

“Isso está na versão original do PL do deputado Elmar [Nascimento, do União] e vamos abordar no relatório final, mas ainda não sei como”, disse. A proposta ficou de fora da pauta desta semana do plenário e ainda não tem data para votação.

Rotativo

O rotativo é a linha pré-aprovada do cartão. O consumidor que não paga o valor total da fatura ou faz saques por meio do cartão de crédito entra na modalidade, que tem juro médio de 437,3% ao ano, ou 15,04% ao mês.

Além da ideia de colocar um teto de juros para a modalidade, há um debate sobre desincentivar o parcelamento “sem juros” no varejo, com a diferenciação do preço à vista e a prazo. Entretanto o comércio argumenta que a medida poderia ter impactos negativos no consumo e, por consequência, na atividade econômica.

Entre as soluções que estão na mesa, há também ações para criar mecanismos para que o risco não fique concentrado apenas nos bancos.

Quando uma pessoa parcela uma compra em uma loja, se ela não paga, o comércio continua recebendo a quantia do banco, que assume todo o prejuízo. Atualmente, cerca de 75% das compras no cartão são parceladas sem juros.

Em julho, o saldo total do cartão de crédito, segundo estatísticas do Banco Central, era de R$ 504,2 bilhões. No rotativo, estão R$ 77,5 bilhões. A linha de financiamento é alvo de críticas recorrentes porque penaliza especialmente os mais pobres. A inadimplência no cartão de crédito como um todo é maior entre pessoas de renda mais baixa – os atrasos chegam a 46,02% para clientes sem nenhum rendimento.

 

 

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