Quarta-feira, 17 de Setembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 17 de setembro de 2025
Os diretores dos Bancos Centrais do Brasil e dos Estados Unidos voltaram a se reunir nessa terça-feira (16) para definir os novos patamares dos juros básicos nos dois países. As expectativas apontam que a chamada “superquarta” vai resultar na manutenção da taxa Selic em 15% ao ano, enquanto os juros dos EUA vão recuar pela primeira vez desde dezembro do ano passado.
– Reunião do Copom (Comitê de Política Monetária): Na etapa inicial do encontro, nessa terça, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, e os diretores da autoridade monetária realizam apresentações técnicas sobre as perspectivas da economia e o comportamento do mercado financeiro.
– Patamar da taxa Selic será definido nesta quarta, por volta das 18h30min: No segundo dia de encontro, os diretores da autoridade monetária apresentam as projeções macroeconômicas e definem o novo patamar da taxa Selic. O anúncio acontece somente após o fechamento da Bolsa de Valores.
– Mercado prevê a manutenção dos juros no maior nível desde 2006: Conforme as projeções de analistas, os juros devem permanecer estáveis até o final deste ano e recuar 0,25 ponto percentual na primeira reunião de 2026.
– Copom não descartou a possibilidade de novas altas da taxa Selic: Na ata da última reunião, quando foi interrompido o ciclo de alta dos juros básicos, os diretores da autoridade monetária defenderam o compromisso de direcionar a inflação para o centro da meta. Eles destacaram o ambiente externo “adverso e incerto” em meio ao tarifaço determinado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump sobre os produtos com origem no Brasil.
O Comitê enfatiza que seguirá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado.
Ata da mais recente reunião do Copom
– Juros são a principal ferramenta de política monetária contra a inflação: Com o avanço dos preços, a elevação dos juros é utilizada como alternativa para encarecer o crédito e limitar o consumo. Com o dinheiro mais caro, a demanda por bens e serviços tende a diminuir e, consequentemente, segurar o avanço do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), principal índice inflacionário do Brasil.
– Indicadores econômicos já apresentam os efeitos dos juros altos: Dados sobre a atividade econômica apontam para a perda de fôlego do PIB (Produto Interno Bruto), a soma de todos os bens e serviços finais produzidos no país. Como consequência, o IPCA acumulado em 12 meses recuou nos últimos dois meses e aparece em 5,18%, a menor taxa anual desde fevereiro.
– Analistas esperam que ata sinalize os próximos passos da política monetária: A expectativa de Lima é que a ata, que será divulgada no dia 23, indique uma nova manutenção dos juros na reunião de novembro.
Estados Unidos
– O BC norte-americano (Fed, Federal Reserve) também define o novo patamar dos juros: O veredito do Fed (Federal Reserve) está previsto para ser anunciado às 15h (horário de Brasília) desta quarta. Diferentemente do cenário nacional, a decisão do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto, na tradição literal) deve optar pelo primeiro corte de juros desde dezembro do ano passado.
– Presidente do Fed sinalizou para corte dos juros: Durante discurso no simpósio de Jackson Hole no mês passado, Jerome Powell, reconheceu a possibilidade de redução dos juros básicos. Ainda assim, ele manifestou preocupação com a inflação acima do limite desejado e os potenciais “desafios” ocasionados pelo “tarifaço”.
– Mercado está dividido entre a intensidade do corte dos juros: A ampla maioria dos analistas norte-americanos (96,2%) projeta um corte mínimo de 0,25 ponto percentual para um patamar entre 4% e 4,25% ao ano. A parcela minoritária espera uma queda de 0,5 ponto percentual, para o nível entre 3,75% e 4% ao ano.
– Fed tem compromissos com a inflação e o desemprego: Diferentemente do Brasil, que tem a autoridade monetária focada em cumprir a meta de inflação, o BC dos EUA olha também para evolução do mercado de trabalho. Com isso, a decisão desta quarta deve ser pautada mais pela desaceleração das contratações do que pela variação dos preços, que ganhou força no mês de agosto. “Powell deve afirmar que os dados mais recentes reforçaram a percepção de maior risco de deterioração no mercado de trabalho”, diz Andressa Durão, economista do ASA.
– Donald Trump pressiona o BC dos EUA por redução dos juros: Desde que reassumiu a presidência em janeiro, o republicano cobra integrantes da autoridade monetária pelos cortes. Diante da situação, já ameaçou retirar Powell do cargo e demitiu a diretora Lisa Cook, que se recusa a deixar o posto. Na ofensiva mais recente, Trump cobrou um corte robusto dos juros. “(Powell) deve cortar os juros agora. Mais do que ele tinha em mente. O setor imobiliário vai disparar”, escreveu, em referência ao presidente do Fed.
– Corte de juros nos Estados Unidos é favorável para o Brasil: A eventual redução das taxas na economia norte-americana representa um cenário positivo para os emergentes, a exemplo do Brasil, que tendem a atrair maiores volumes de investimento, apesar de oferecerem um risco mais elevado. “A perspectiva de queda dos juros nos Estados Unidos faz o cenário global assumir uma configuração favorável para ativos de risco no mundo”, afirma a equipe de analistas da Monte Bravo. As informações são do portal de notícias UOL.