Quarta-feira, 20 de Agosto de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 19 de agosto de 2025
Os principais bancos brasileiros perderam juntos R$ 41,98 bilhões em valor de mercado nesta terça-feira (19), em um dos pregões mais negativos do ano para o setor financeiro. O tombo das ações arrastou o Ibovespa, que caiu 2,10% e encerrou aos 134.432 pontos. O dólar também avançou 1,19%, cotado a R$ 5,4993, em meio ao aumento da percepção de risco no País.
O Banco do Brasil (BBAS3) liderou as baixas, com recuo de 5,79%, seguido por Santander (SANB11), que caiu 4,88%, Itaú (ITUB4), em queda de 3,97%, BTG (BPAC11), com -4,04%, e Bradesco (BBDC4), que fechou em baixa de 3,79%. Segundo dados de Einar Rivero, da Elos Ayta Consultoria, o valor perdido em apenas um dia equivale praticamente ao tamanho da Caixa Seguradora, avaliada em R$ 40,74 bilhões.
A forte correção no setor financeiro explica a queda generalizada do Ibovespa. Como os bancos estão entre as empresas mais negociadas e possuem peso elevado na composição do índice, suas desvalorizações costumam impactar de forma direta o desempenho da bolsa.
O movimento refletiu a reação dos investidores à decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), que proibiu restrições “decorrentes de atos unilaterais estrangeiros” contra empresas ou instituições que atuam no Brasil. Dino ressaltou que medidas como bloqueio de ativos e cancelamento de contratos “dependem de autorização expressa” do Supremo.
A decisão foi interpretada como uma resposta que pode suspender os efeitos da Lei Magnitsky, utilizada por autoridades dos Estados Unidos para aplicar sanções, e que atinge diretamente o ministro Alexandre de Moraes. Para o mercado, o gesto ampliou a percepção de risco jurídico e político, aumentando a tensão nas relações entre Brasil e EUA.
Diante desse cenário, investidores buscaram refúgio em ativos de maior segurança. Pedro Moreira, sócio da One Investimentos, explica que a saída de recursos das ações bancárias para o dólar e o ouro reflete a busca por proteção.
“A valorização do dólar, que já vinha subindo na véspera, reforça esse movimento defensivo. O setor financeiro concentrou as maiores perdas justamente por ser o mais sensível a ruídos institucionais e mudanças no ambiente regulatório”, disse.
O resultado foi um pregão marcado pela aversão ao risco e pela fuga de capital do mercado acionário brasileiro. O tombo dos bancos mostrou mais uma vez o peso do setor para a bolsa: quando as principais instituições financeiras caem em bloco, dificilmente o Ibovespa escapa da queda.
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