Quinta-feira, 28 de Março de 2024

Home Mundo Berlusconi desiste de tentar sua eleição à Presidência da Itália

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O ex-primeiro-ministro e líder do Força Itália (FI) Silvio Berlusconi desistiu de tentar ser presidente da Itália no pleito que começará na próxima segunda-feira (24), informam seus aliados mais próximos – em notícia posteriormente confirmada pelo próprio político.

Neste sábado (22), o italiano havia participado de uma reunião com expoentes de sua sigla e deveria participar de um encontro dos líderes do bloco “centro-direita”, que reúne os partidos ultranacionalistas Liga, de Matteo Salvini, e Irmãos da Itália (FdI), de Giorgia Meloni.

No entanto, Berlusconi não se reuniu com os aliados políticos e, pouco depois, enviou uma nota oficial ao encontro em que anunciava o “passo atrás”.

Entre as justificativas, o ex-premiê afirmou que quer manter a “unidade nacional” e que o atual primeiro-ministro, Mario Draghi, deve “continuar no Palazzo Chigi” porque está fazendo um “ótimo trabalho”.

A nota ainda agradece aos parlamentares que apoiaram sua candidataram e destaca que ele sempre serviu ao país.

Segundo o presidente do FI, é preciso que a centro-direita – que, segundo as pesquisas eleitorais têm quase metade dos votos dos italianos – ofereça um nome conjunto e com o máximo de consenso possível para a presidência do país.

Carta à população

Após o anúncio aos aliados, Berlusconi divulgou uma carta oficial sobre sua decisão.

“A Itália tem a necessidade de união, para além da distinção maioria-oposição, para manter o esforço de combater a gravíssima emergência sanitária, para fazer o país sair da crise. A nação pode retomar nos momentos difíceis se todos souberem encontrar, como ocorreu no pós-guerra, um senso comum de pertencimento à nossa democracia, superando as feridas e para além das legítimas e também necessárias diferenças”, diz o texto.

Segundo o ex-premiê, “decidi dar um novo passo sobre a estrada da responsabilidade nacional, pedindo a quem propôs que desista de indicar meu nome para a Presidência da República”.

“Continuarei a servir meu país de outra maneira, como fiz nesses anos, como líder político e parlamentar europeu, evitando que sobre o meu nome se consumam polêmicas ou lacerações que não encontram justificativas que hoje a nação não pode se permitir”, diz ainda o documento.

Após a divulgação, Salvini também se manifestou publicamente elogiando Berlusconi e confirmando que o bloco de centro-direita indicará um nome em consenso.

“Berlusconi está fazendo um grande serviço pela Itália e pela centro-direita, que agora terá a honra e a responsabilidade de avançar as suas propostas sem mais vetos da esquerda”, disse referindo-se, especificamente, ao Partido Democrático (PD) e aos populistas de centro Movimento 5 Estrelas.

No entanto, segundo fontes do encontro, Meloni não concordou com o pedido de Berlusconi de que Draghi continue no poder até o fim da legislatura. Como as pesquisas de opinião indicam o FdI como a sigla que teria mais votos em um eventual adiantamento das eleições, a representante continua com o desejo de assumir o cargo de premiê.

Atualmente, Draghi consegue manter sem grandes sustos uma coalizão que vai da extrema-direita à esquerda passando pelos populistas.

Entre as negociações dos partidos para a disputa que começará nesta segunda-feira no Parlamento, há correntes que querem que o atual premiê vá para a presidência substituir Sergio Mattarella. Outros defendem que Draghi deve permanecer até o fim da legislatura, em 2023.

Porém, o cenário ainda está bastante indefinido, com ao menos sete pessoas com chances reais de assumir o posto.

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