Domingo, 09 de Fevereiro de 2025

Home Economia Bolsa de Valores cai 10% em abril e tem o pior mês desde março de 2020

Compartilhe esta notícia:

O que parecia ser um pregão positivo para a Bolsa acabou sendo o desfecho de um mês para esquecer. Pressionado pelo desempenho ruim dos índices acionários americanos, o Ibovespa teve baixa de 1,86%, aos 107.876 pontos, nesta sexta-feira (29).

Com a nova queda, o principal índice da B3 teve queda em abril de 10,10%. É o primeiro mês negativo no ano e o de pior desempenho desde março de 2020, quando houve queda de 29,90% devido ao início da pandemia.

No acumulado do ano, o Ibovespa ainda sobe 2,91%

“Foi motivado pelo cenário internacional. Tivemos um mês marcado por uma fala mais contracionista do Jerome Powell (presidente do Fed), onde ele assume um aumento maior da taxa de juros americano, preocupações sobre o crescimento da economia na China e uma saída de fluxo (do mercado local)”, destaca o economista chefe da Messem, Gustavo Bertotti.

O dólar, por sua vez, fechou em alta de 0,02%, negociado a R$ 4,9425 após atingir a mínima de R$ 4,8598. No mês, a divisa teve valorização de 3,85%. No ano, ainda acumula queda de 11,34%

O câmbio alternou altas e baixas ao longo do dia, influenciada pelas movimentações da moeda norte-americana no exterior e pela formação da taxa Ptax de fim de mês, taxa usada pelo Banco Central (BC), que costuma trazer volatilidade.

A taxa é calculada com base nos valores praticados no mercado financeiro ao longo do dia. No fim de cada mês, os agentes financeiros tentam direcioná-la para valores mais favoráveis às suas posições.

Quem está “comprado” em dólar aposta na alta e quem está “vendido” aposta na baixa. Ambos os players tentam negociar de modo que isso se reflita no fechamento do dia.

Juros americanos

Ao longo do mês de abril, o mercado doméstico sofreu com pressões já conhecidas, mas que foram intensificadas. A maior parte delas vem do exterior.

Nos Estados Unidos, dirigentes do Federal Reserve, Banco central do país, deram sinalizações de que o já esperado processo de aperto monetário deverá ser ainda mais agressivo.

As elevações das taxas de juros ocorrem em um cenário de inflação alta e persistente no país, combinada com um mercado de trabalho apertado.

Nesta sexta, foram divulgados novos números sobre a inflação. O índice de preços de gastos com consumo pessoal avançou 0,9% em março em relação ao mês anterior. Na base de comparação anual, houve avanço de 6,6%, maior alta desde 1982.

O núcleo do índice, que exclui componentes voláteis de alimentos e energia, subiu 0,3% ante o mês anterior. Na base anual, houve avanço de 5,2%, ligeira desaceleração ante os 5,3% registrados em fevereiro.

Os números, que foram divulgados pelo Departamento do Comércio americano, vieram levemente acima das expectativas.

Os gastos pessoais dos consumidores americanos subiram 1,1% em março na comparação com fevereiro. A renda pessoal, por sua vez, subiu 0,5%, em alta de US$ 107,2 bilhões.

O Fed tem encontro marcado na próxima semana, no qual deve promover um segundo aumento consecutivo nas taxas, e de magnitude superior ao 0,25 ponto percentual visto na reunião de março.

Além dos juros, o banco deve reduzir seu balanço de títulos, contribuindo para enxugar ainda mais a liquidez global.

A alta nos juros americanos faz com que os títulos de renda fixa do país se tornem mais atrativos.

Com isso, os investidores tendem a ser mais seletivos no momento de aportar seus recursos. Mercados emergentes e que trazem mais riscos, como é o caso brasileiro, costumam ser mais penalizados.

No país, além dos dados de inflação, influenciou no comportamento das bolsas os resultados corporativos de empresas importantes, como a Apple e a Amazon.

Os papéis da Amazon, negociados em Nasdaq, tiveram queda de 14,05% após a empresa anunciar o ritmo de crescimento de vendas ser o mais lento desde 2001.

Foi a maior queda em um dia desde julho de 2006, com as ações fechando no nível mais baixo desde junho de 2020. A venda fez com que a empresa perdesse US$ 206,2 bilhões em valor de mercado.

“O resultado da Amazon era algo que o mercado aguardava muito. E o índice de preços teve uma alta acima das expectativas”, disse Bertotti, sobre a baixa nas bolsas americanas.

Menor entrada de fluxo

Um fator que ajudou e muito o mercado doméstico no primeiro trimestre, foi a forte entrada de recursos estrangeiro. Mas assim como o Ibovespa, esse fluxo está negativo em abril.

Até o pregão do dia 27 de abril, o fluxo estrangeiro no segmento secundário da B3, aquele com ações já listadas, estava negativo em R$ 5,32 bilhões. O saldo anual ainda é positivo em R$ 60,002 bilhões.

A entrada de recursos de fora é importante para o bom desempenho do mercado interno, até porque os saques dos investidores locais, que ocorrem desde o segundo semestre do ano passado, continuam.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Economia

Veja as 5 ações que mais subiram e caíram em abril
Gasolina sobe pela 3ª semana e bate novo recorde no País
Deixe seu comentário
Baixe o app da RÁDIO Pampa App Store Google Play

No Ar: Pampa Na Madrugada