Segunda-feira, 30 de Junho de 2025

Home Política Bolsonaro diz que “nem precisa ser presidente” e pede maioria no Congresso para “mudar destino do Brasil”

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, neste domingo (29), durante ato realizado na avenida Paulista, em São Paulo, que não precisa ocupar novamente a Presidência da República para influenciar os rumos do país. “Me deem 50% da Câmara e do Senado que eu mudo o destino do Brasil. Nem preciso ser presidente”, disse.

Inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o condenou por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante as eleições de 2022, Bolsonaro tem apostado no fortalecimento de sua base no Congresso como forma de manter influência política.

Durante seu discurso, o ex-mandatário argumentou que quem controla o Congresso Nacional consegue ditar os rumos do Executivo, independentemente de quem esteja na Presidência da República. “Se me derem isso, não interessa onde esteja – aqui ou no além –, quem assumir a liderança vai mandar mais que o presidente”, afirmou. Segundo ele, uma maioria nas duas Casas permitiria ao seu grupo comandar comissões estratégicas, definir sabatinas e eleger o presidente do Legislativo.

Ainda em tom de apelo, Bolsonaro pediu diálogo entre os Poderes. “Apelo aos três Poderes da República: sentem e conversem, pacifiquem o Brasil. Não quero crer que seja vingança de uma pessoa ou de outra. Queremos um Congresso altivo, um STF respeitado, um Executivo trabalhando para o bem-estar do povo.”

Mesmo afastado de cargos eletivos, o ex-presidente segue no centro das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado após o resultado das eleições de 2022. Em março deste ano, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou por unanimidade uma denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro e mais sete aliados, tornando-os réus no inquérito que apura a trama golpista.

No dia 10 de junho, o ex-presidente prestou depoimento no âmbito da investigação. Na ocasião, negou envolvimento com supostos planos ilegais, buscou contextualizar encontros com militares e reconheceu ter exagerado na retórica contra o sistema eleitoral.

Na última sexta-feira (27), o processo avançou para a fase final no STF. O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, encerrou a fase de instrução processual e autorizou o início das alegações finais, etapa em que acusação e defesa apresentam suas últimas manifestações antes do julgamento.

Até o momento, 497 pessoas foram condenadas pela Corte por envolvimento na tentativa de golpe, ocorrida em janeiro de 2023. As sentenças incluem crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e associação criminosa. Oito pessoas foram absolvidas.

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