Terça-feira, 23 de Dezembro de 2025

Home Política Bolsonaro diz que Witzel propôs resolver caso da rachadinha em troca de vaga no Supremo

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O ex-presidente Jair Bolsonaro disse em reunião com advogadas do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, que em 2019, o então governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PMB), propôs “resolver” o caso das investigações de rachadinha do filho em troca de uma vaga ao Supremo Tribunal Federal (STF). O áudio foi tornado público nesta segunda (15), por decisão do ministro do caso, Alexandre Moraes.

“O ano passado [2019], no meio do ano, encontrei com o [Wilson] Witzel, não tive notícia [inaudível] bem pequenininho o problema. Ele falou, resolve o caso do Flávio. Me dá uma vaga no Supremo”, o trecho está na decupagem da Polícia Federal sobre uma reunião que definia estratégias de defesa para o filho do ex-presidente.

O caso citado por Bolsonaro era o das rachadinhas – prática em que funcionários nomeados no gabinete devolvem parte dos salários ao parlamentar. Essa investigação contra Flávio era o tema da reunião com as advogadas do senador, Juliana Bierrenbach e Luciana Pires, o então chefe da Abin, Alexandre Ramagem (PL-RJ) e o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno.

Após a fala de Bolsonaro, a advogada Bierrenbach questiona: “quem falou isso?” e Bolsonaro reafirma: “O Witzel, né”. A outra advogada, Luciana Pires, disse que “ele tem a Polícia Civil na mão”. Em seguida, Heleno e Bolsonaro dizem: “sede de poder”.

O áudio, segundo a Polícia Federal (PF), foi gravado por Alexandre Ramagem, atualmente deputado federal e pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro. A reunião aconteceu no dia 25 de agosto de 2020. A agenda oficial de Bolsonaro não registrou essa reunião. Os investigadores indicam que o áudio é uma prova da participação de Bolsonaro no esquema criminoso.

A gravação da reunião foi encontrada durante investigações do caso conhecido como “Abin Paralela”. Segundo a PF, foi montada uma estrutura no governo Bolsonaro para investigar ilegalmente adversários políticos. Bolsonaro e Ramagem negam irregularidades e o cometimento de crimes.

A Polícia Federal prendeu quatro pessoas na semana passada, durante desdobramentos da investigação sobre o uso irregular da Abin. Em novembro de 2021, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou provas do caso sobre enriquecimento ilícito de Flávio. A investigação aponta que os crimes de desvio de dinheiro teriam acontecido quando ele era deputado estadual. O senador nega irregularidades e crimes.

 

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