Quarta-feira, 26 de Novembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 22 de outubro de 2022
Candidato à reeleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) chamou a decisão da Justiça Eleitoral desfavorável para a emissora Jovem Pan de “censura”. Ele afirmou que, caso reeleito, nenhum veículo de imprensa “será atingido pela censura”. Bolsonaro deu a declaração durante comício em Guarulhos (SP) ao lado do seu candidato ao governo paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
“Tenho certeza, se Deus quiser, após o dia 30 de outubro, com a nossa reeleição, a questão da liberdade se acalmará em nosso país. Haverá maior independência entre os poderes. Tenho certeza que, após as eleições, nenhum outro órgão de imprensa será atingido com censura”, discursou Bolsonaro.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acatou, nos últimos dias, pedidos do PT contra a emissora, determinando a retirada de conteúdos do ar e concedendo direitos de respostas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na programação do veículo.
No último dia 15, o ministro do Tribunal Benedito Gonçalves também atendeu um pedido da campanha petista e abriu uma ação para investigar o presidente Bolsonaro, a Jovem Pan e o presidente da emissora, Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, por suposta prática de uso indevido dos meios de comunicação. O PT acusa a empresa de favorecer o presidente e disseminar fake news.
Apesar de ter atacado jornalistas repetidas vezes durante seu governo, Bolsonaro disse hoje que a “imprensa tem que ter liberdade, até para errar” e que “imprensa calada é o pior que pode acontecer”. Em 2020, o presidente declarou “minha vontade é encher tua boca na porrada” a um repórter do Globo, que o questionou sobre cheques no valor total de R$ 89 mil que teriam sido depositados entre 2011 e 2016 pelo ex-assessor Fabrício Queiroz e pela esposa dele, na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
“Há dois anos eu venho falando a palavra liberdade. Hoje a água bateu na cintura de toda a imprensa brasileira. Não podemos deixar que isso continue. Imprensa tem que ter liberdade, até para errar. Imprensa calada é o pior que pode acontecer no Brasil. Após as eleições, nenhum outro órgão de imprensa será atingido pela censura”, disse o presidente. Houve gritos de apoiadores do mandatário em simpatia à emissora.
Bolsonaro ainda chamou Lula de “chefe de organização criminosa” na manhã deste sábado (22). Simultaneamente, o petista fazia um discurso em Minas Gerais e chamava o governo de “fascista”. O presidente reclamou de não ter encontrado o adversário nessa sexta-feira (21), no SBT.
“Ontem cheguei para a sabatina (do SBT), já que o ladrão fugiu, o chefe de organização criminosa resolveu não comparecer… Nós nos apresentamos”, discursou Bolsonaro.
O presidente também levou para o comício, feito em uma área fechada, seu ex-ministro e senador eleito Marcos Pontes (PL-SP), o candidato a presidente derrotado no primeiro turno Padre Kelmon (PTB) e os deputados federais reeleitos Celso Russomano (Republicanos) e Capitão Derrite (PL-SP). Bolsonaro subiu ao palco ao lado de crianças.
O locutor do comício pediu cinco vezes para que o público se espalhasse pela casa de eventos e ocupasse locais que estavam mais vazios e dar a impressão de que havia mais gente no local. Nos últimos meses, uma disputa de narrativas tomou as redes sociais entre bolsonaristas e petista comparando imagens de eventos dos dois candidatos para tentar mensurar quem teve mais apoio nas ruas.