Sexta-feira, 01 de Agosto de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 30 de julho de 2025
O influenciador Paulo Figueiredo, um personagem central na crise diplomática, comercial e tarifária entre Brasil e Estados Unidos, deve se tornar réu por participação na trama golpista ainda neste semestre. Embora ainda não haja uma data exata prevista para o julgamento da denúncia da PGR contra ele, a expectativa é de que isso aconteça ainda neste ano, com a aceitação do pedido do Ministério Público e a abertura da ação penal.
Sobre a possibilidade de virar réu, o influenciador afirmou que “Sem uma notificação formal nas bases do que determina a lei, o processo é natimorto e terá validade apenas dentro do Xandaquistão”.
“Nenhuma autoridade de país algum aceitará pedidos de extradição ou mesmo a interpol, feito por um condenado por violações de direitos humanos a um opositor. Menos ainda, sem sequer uma citação formal”, completou.
Até aqui, da mesma forma que no episódio das tarifas, no qual às vezes passa despercebido diante da estridência discursiva e do protagonismo político do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o comunicador também tem voado abaixo do radar no caso do julgamento do golpe.
Dos cinco núcleos acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR), apenas o de Figueiredo, no qual ele figura como o único denunciado, não foi convertido em ação penal pela Primeira Turma do STF. Os outros investigados já foram transformados em réus e acompanham as investigações contra eles avançarem.
O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, decretou a prisão preventiva de Figueiredo e determinou o cancelamento do passaporte dele. O investigado mora nos EUA, não foi encontrado pela Justiça e hoje é considerado foragido. Figueiredo também não indicou um advogado para defendê-lo perante o Supremo. Moraes, por sua vez, optou por pedir que a Defensoria Pública da União (DPU) assumisse o caso.
O comunicador afirmou que desconhece pedido de prisão preventiva em seu nome e que não teve contato com a DPU e que desconhece os parâmetros da defesa realizada pelo órgão ao seu favor. “Considerando que eles não tem contato comigo, dificilmente deve ter sido lá muito boa”, disse.
Figueiredo ainda questionou: “Como posso estar foragido na mesma casa em que resido há 11 anos de pleno conhecimento da justiça brasileira?”.
No dia 30 de junho, Moraes declarou que, mesmo não notificado oficialmente, Figueiredo estava intimado das investigações por edital – e, portanto, apto a apresentar defesa prévia. O ministro declarou haver “ciência inequívoca” de que Figueiredo conhecia a acusação. Citou como prova disso vídeos publicados pelo acusado no YouTube com ironias à denúncia.
A DPU recorreu. Em um agravo regimental, pediu a suspensão do caso até que o investigado fosse oficialmente notificado. A expectativa na DPU é que esse recurso seja levado a julgamento antes que a Primeira Turma analise a denúncia da PGR contra Figueiredo.
O próprio acusado celebrou a atuação da DPU, mesmo sem nunca ter entrado em contato com os defensores. “Alexandre não está acostumado a lidar com gente que conhece o conceito de estratégia. Vai ter que me citar por carta rogatória ou me julgar à revelia”, postou no X.
A DPU tenta contato com Figueiredo há meses, mas ainda não conseguiu encontrá-lo. Ainda assim, apresentou uma defesa prévia no processo. Alegou que o investigado não participou de qualquer trama golpista e que “a denúncia criminaliza o livre exercício da atividade jornalística crítica, confundindo opinião com incitação, e expressão com adesão a atos ilícitos”.
Na peça, a DPU afirma que Figueiredo foi autor de “manifestações de cunho político e opiniões públicas”, no contexto do “direito constitucional à liberdade de expressão”. Ainda segundo os defensores, “não se comprovou, em momento algum, sua participação em planejamento estruturado, tampouco adesão a um núcleo organizado ou hierarquizado”.
Ex-apresentador da Jovem Pan, empresário e neto de João Baptista Figueiredo, o último presidente da ditadura militar, Paulo Figueiredo foi denunciado por ter supostamente vazado documentos com o objetivo de pressionar generais do Exército a aderirem ao golpe tramado durante o governo de Jair Bolsonaro.
“Atenta contra a democracia do Brasil sem ter coragem de viver no Brasil e só tem influência sobre os militares por ser neto do último presidente durante o tempo de golpe militar, João Baptista Figueiredo”, disse Moraes na sessão de 20 de maio, quando a Primeira Turma do STF abriu a quarta ação penal para investigar acusados de tramarem um golpe. (Com informações do jornal O Estado de S. Paulo)
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