Sábado, 13 de Setembro de 2025

Home Colunistas Brasil aposta na Amazônia para protagonizar debate climático da COP30

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Faltando dois meses para a COP30, o maior encontro de líderes globais para discutir e negociar medidas de combate às mudanças climáticas, 71 delegações estrangeiras já confirmaram oficialmente o envio de seus representantes e corpo diplomático. O objetivo é reunir as 196 nações signatárias, mas desafios geopolíticos e limitações na infraestrutura da cidade-sede criam barreiras para atingir o quórum desejado. O Comitê Organizador tem empreendido esforços intensos para deixar tudo em ordem e assegurar que o evento ocorra sem manchar a imagem do Brasil, que se mostrou arrojado ao levar a convenção à região amazônica.

Em Belém, no Pará, as obras de infraestrutura avançam a todo vapor: foram iniciados 17 projetos, muitos ainda em andamento, com investimento total de R$ 2,84 bilhões, dos quais a maior parte é financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O Comitê garante que tudo estará pronto até a abertura, em 10 de novembro.

A maior delas é a macrodrenagem da bacia do Tucunduba, com aporte de R$ 783 milhões para atender a 11 canais da segunda maior bacia da cidade — sete já foram concluídos e cinco seguem em execução, com entrega prevista até o fim de setembro.

Em seguida, a ampliação da rua da Marinha recebeu R$ 243 milhões para pavimentação, prolongamento e duplicação de 3,5 km, interligando seis bairros. O Centro de Convenções Hangar, onde ocorrerão as reuniões principais da Convenção das Partes, teve R$ 39 milhões investidos em novos sistemas de refrigeração, energia solar, tecnologia para transmissões ao vivo e passarelas cobertas. A área internacional, restrita a delegações autorizadas, foi projetada com padrões de segurança da ONU.

O imenso Parque da Cidade foi dividido em duas zonas: a “Blue Zone”, com 240 mil m² destinados à área internacional, e a “Green Zone”, com 120 mil m² para exposições e eventos paralelos. Um corredor climatizado de 1,5 km permite atravessar o parque sem enfrentar o calor intenso da região, promovendo a circulação e a integração entre delegações internacionais e público brasileiro. O acesso à Blue Zone exige credenciais emitidas pela ONU, enquanto para a Green Zone basta credenciamento prévio junto à organização local.

Todo esse investimento será legado permanente para os povos amazônicos, abrindo novas fronteiras turísticas centradas no ecoturismo e gerando fontes de renda sustentáveis em uma metrópole que precisa diversificar sua economia.

O tradicional Mercado Ver-o-Peso, cartão-postal de Belém, passou por revitalização geral: a feira principal, os mercados de peixe e carne e outras alas receberam nova cobertura, iluminação e 168 boxes. Foram investidos R$ 66 milhões doados pela Itaipu Binacional, e a Caixa Econômica Federal financiou R$ 11 milhões para a reforma do sistema de esgoto, preservando o calçamento histórico.

Apesar das críticas e da crise de hospedagem, os preparativos avançam rumo a este momento histórico. Resta torcer para que as nações assumam metas ambiciosas e que a COP30 sirva de marco no combate às mudanças climáticas.

(Renato Zimmermann é Desenvolvedor de Negócios Sustentáveis e Ativista da Transição Energética)

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