Sábado, 07 de Setembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 21 de maio de 2024
Faltando menos de 100 dias da abertura da Paralimpíada de Paris, na França, a equipe brasileira de atletismo paralímpico assegurou mais quatro medalhas de ouro no Mundial, que ocorre até o próximo sábado (25) em Kobe, no Japão.
Nesta segunda-feira (20), Beth Gomes fez valer seu favoritismo e recorde mundial: ela conquistou o tricampeonato no lançamento de disco F53 (atletas que competem sentados).
Quem também comemorou o tri foi o mineiro Claudiney Batista, no lançamento de disco F56 (atletas sentados). As outras duas medalhas de ouro foram da maranhense Rayane Santos nos 200 metros T13 (atletas com deficiência visual) e do paulista Júlio Agripino, nos 5.000 da classe T11 (atletas com deficiência visual).
Beth Gomes alcançou a marca de 17,22m no lançamento de disco, modalidade na qual detém o recorde mundial obtido no ano passado durante os Jogos Pan-Americanos de Santiago. Na ocasião ela alcançou 17,80m.
“Esse título significa muito, minha resiliência e minha vontade de viver. Toda vez que acordo, eu sei que a esclerose múltipla não me venceu. Então, é uma realização esse tricampeonato. Estou muito feliz e gostaria de agradecer a todos que me apoiam”, comemorou a atleta, que mais cedo conquistou a prata na prova agrupada de arremesso de peso classes F53/F54.
Com direito a recorde mundial, o mineiro Claudiney Batista conquistou mais uma medalha de ouro no lançamento de disco da classe F56. Ele venceu a prova ao alcançar uma distância de 45,14m.
Rayane dos Santos conquistou seu primeiro título mundial. Ela cruzou a linha de chegada dos 200m T13 em 24s89, seu melhor índice na competição.
“Treinei para isso. Estava fazendo tempos muito fortes nos treinos, estava melhorando cada vez mais. Então, a nossa expectativa era muito alta. Eu estava muito confiante e consegui. Tem adrenalina, ansiedade e pensamentos negativos, mas eu consegui ter controle e vencer a prova”, disse a maranhense de 27 anos, que já ganhou o bronze nos 400m no ano passado, na Paralimpíada de Paris.
O quarto ouro do dia foi do paulista Júlio Agripino, nos 1.500m, com o tempo de 4min02s23. Foi a segunda medalha de Agripino no Japão; na última sexta-feira (17) ele conquistou a prata nos 5.000m T11.
Verônica Hipólito garante 1º pódio em Kobe
De volta às competições internacionais após cinco anos afastada por conta de problemas de saúde, a medalhista paralímpica na Rio 2016, Verônica Hipólito, garantiu o bronze na prova dos 100m T36 (atletas com paralisia cerebral) ao completar a prova em 13s35. A chinesa Yiting Shi (13s35) conquistou o ouro e estabeleceu o novo recorde mundial.
“Tem ouro que é ouro. Mas tem bronze que também é ouro. Tenho certeza de que esse terceiro lugar é muito importante para mim. Eu cheguei a questionar muitas coisas, o porquê eu ainda continuaria correndo. Tenho uma família e um treinador maravilhosos. Para mim, é um ouro”, celebrou Verônica.
Na madrugada desta terça-feira (tarde de terça no Japão), a baiana Raissa Machado conquistou seu primeiro título mundial no lançamento de dardo F56 (atletas que competem sentados), e a acreana Jerusa Geber conseguiu o tricampeonato na prova dos 100m da classe T11 (atletas com deficiência visual). Assim, o Brasil está em segundo lugar no quadro de medalhas do Mundial, com 25 conquistas (entre ouro, prata e bronze), atrás apenas da China, que tem 41.
Raissa Machado conquistou seu primeiro título mundial no lançamento de dardo F56. Na carreira, a baiana havia sido até então prata em sua modalidade em Paris 2023 e Doha 2015, bem como bronze em Dubai 2019. Além disso, ela é a atual vice-campeã paralímpica da prova, feito alcançado nos Jogos de Tóquio 2020.
Em Kobe, Raissa lançou o dardo em 24,22m, o recorde da competição. O resultado foi superior ao da iraquiana Hashemiyeh Moavi, campeã paralímpica em Tóquio e que, em Kobe, fez 22,74m, sua melhor distância nesta temporada. O bronze ficou com a chinesa Lin Sitong, que fez 22,68m.
“Estava sempre batendo na trave. Precisava muito dessa medalha. Eu fiz uma marca boa. Há tempos, buscava superar os 24m novamente, porque, infelizmente, passei por um período que não foi tão fácil. Todo atleta passa por isso, por uma estagnação, mas agora espero só evoluir. A medalha de ouro me dá uma tranquilidade. Era um dos critérios para ir aos Jogos de Paris e espero melhorar meu desempenho lá”, comentou a brasileira, que nasceu com má-formação nos membros inferiores.
O tricampeonato de Jerusa Geber, que nasceu cega, em Rio Branco, no Acre, veio com a ultrapassagem da brasileira sobre a adversária chinesa Cuiqing Liu nos últimos cinco metros da prova dos 100m da classe T11. Com isso, a brasileira terminou os 100m em 11s93, à frente da asiática, que fez 12s cravados.
Com a vitória, a acreana chegou à sua 10ª medalha em Mundiais de atletismo paralímpico, sendo a maior medalhista da delegação brasileira em Kobe. Até agora, são cinco medalhas de ouro e cinco de prata.
“Os 100 metros é a prova mais emocionante que tem na competição. É a mais rápida do mundo. A minha largada não é das melhores, mas durante a corrida a gente conseguiu recuperar. Minha mãe e meu esposo estão na arquibancada. Isso me motivou ainda mais. É a minha décima medalha em Mundiais e meu tricampeonato. Mais uma medalha para a nossa coleção. Não tenho palavras para explicar a emoção. Obrigada pela torcida de todos”, comemorou Jerusa, que ainda vai competir os 200m T11 às 21h56 (horário de Brasília) nesta quarta-feira (22).
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