Segunda-feira, 20 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 29 de abril de 2023
Os investimentos estrangeiros diretos (FDI, na sigla em inglês) no Brasil saltaram 68% em 2022, a US$ 85 bilhões. A cifra fez do País o terceiro maior destino global de FDI, atrás apenas de Estados Unidos (US$ 318 bilhões) e China (US$ 180 bilhões), segundo relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE) divulgado nesta sexta-feira (28).
A OCDE atribui o movimento ao crescimento no reinvestimento dos lucros das empresas, além de movimentações nas dívidas internas de companhias. A tendência, no entanto, contrasta com a queda de 24% do FDI a nível mundial, a US$ 1,286 bilhão.
Os números foram altamente distorcidos pela retirada de capital de um grande multinacional de Luxemburgo, de acordo com a OCDE. Sem considerar o país, o FDI no mundo registrou declínio de 5% em 2022. “Olhando para valores trimestrais, grande parte da queda nos fluxos globais de FDI ocorreu no último trimestre de 2022, 95% abaixo do trimestre anterior”, destaca a Organização.
As atividades de fusão e aquisição (M&A, na sigla em inglês) internacionais continuaram em trajetória descendente no ano passado, diante de tensões geopolíticas, aperto das condições financeiras e crescente risco de recessão, ainda conforme o documento.
Depois do Brasil, os maiores destinos de investimentos estrangeiros foram Austrália (US$ 65 bilhões), Canadá (US$ 53 bilhões), Índia (US$ 50 bilhões), Suécia (US$ 48 bilhões) e França (US$ 42 bilhões).
Transação corrente
As transações correntes do balanço de pagamentos do Brasil tiveram superávit de US$ 286 milhões em março de 2023, ante um déficit de US$ 3,0 bilhões em março de 2022, conforme dados divulgados pelo Banco Central.
Nessa comparação interanual, o saldo comercial aumentou US$ 3,4 bilhões, enquanto foi registrada redução do déficit em serviços de US$ 469 milhões e o déficit em renda primária cresceu US$ 386 milhões.
O déficit em transações correntes nos últimos doze meses somou US$ 52,3 bilhões, o equivalente de 2,66% do PIB, ante US$ 55,6 bilhões no mês anterior (2,84% do PIB) e US$ 41,3 bilhões (2,43% do PIB) em março de 2022.
A balança comercial de bens registrou em março de 2023 o maior superávit da série histórica, de US$ 9,5 bilhões, ante saldo positivo de US$ 6,1 bilhões em março de 2022. As exportações de bens também foram recordes, de US$ 33,3 bilhões, um aumento de 12,1% em comparação a março de 2022. As importações registraram aumento interanual de 0,9%, totalizando US$ 23,8 bilhões.
O déficit na conta de serviços totalizou US$ 2,9 bilhões em março de 2023, caindo 14,1% em relação a março de 2022. A conta de transportes teve despesas líquidas de US$ 1,1 bilhão, com recuo de 24,4% em relação a março do ano passado, influenciada pelos menores gastos com fretes.
As despesas líquidas em viagens internacionais recuaram 15,8% e somaram US$ 546 milhões, com aumentos de 25,9% (para US$ 570 milhões) nas receitas e de 1,4% nas despesas (para US$ 1,1 bilhão).