Sábado, 25 de Outubro de 2025

Home Rio Grande do Sul Brasil sob risco de surto de sarampo

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Após reconquistar em novembro de 2024 o status de país livre da circulação do vírus do sarampo, o Brasil volta a enfrentar uma ameaça silenciosa em 2025. A combinação entre a queda na cobertura vacinal e o aumento da mobilidade internacional reacendeu o alerta de especialistas e autoridades sanitárias. Com 34 casos confirmados até outubro, incluindo surtos em Tocantins, Maranhão e Mato Grosso, o país corre o risco de ver a doença se tornar novamente comum.

O infectologista Cezar Würdig Riche, professor da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), aponta que o cenário atual exige atenção redobrada. “Se deixarmos a vigilância afrouxar e permitir lacunas grandes de vacinação, o sarampo pode reaparecer de forma mais frequente. Temos que fortalecer a vigilância epidemiológica, garantir respostas rápidas a casos importados e ter ações de educação contínuas para mantermos a doença sob controle”, afirma.

A cobertura vacinal, que já esteve acima de 95% em anos anteriores, caiu em algumas regiões, criando bolsões de não imunizados. Segundo Riche, mesmo pequenas quedas são suficientes para permitir a reintrodução do vírus. “O sarampo é altamente contagioso. Se houver bolsões de pessoas não imunizadas, o risco de surtos é real”, alerta.

O Rio Grande do Sul já registrou um caso confirmado em 2025: uma pessoa não vacinada que retornou de viagem aos Estados Unidos. O episódio reforça que a certificação internacional não significa imunidade total. “A vigilância precisa ser constante. O vírus pode voltar a circular a qualquer momento”, diz o especialista.

A principal estratégia para conter o avanço da doença é garantir a imunização coletiva. A vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). “A prioridade é a imunidade coletiva. Além disso, estratégias como a vacinação de bloqueio, que consiste em identificar e vacinar rapidamente os contatos de casos suspeitos, são essenciais para interromper a cadeia de transmissão”, explica Riche.

Além da vacinação, o rastreio e monitoramento de casos suspeitos, bem como a divulgação dos sinais e sintomas, são fundamentais para que a população busque atendimento precoce. Febre alta, manchas avermelhadas na pele, tosse e conjuntivite são alguns dos sintomas que devem acender o alerta.

Embora o sarampo seja mais comum em crianças, adultos também estão vulneráveis. Pneumonia, encefalite e hospitalizações são complicações possíveis, especialmente em pessoas com esquema vacinal incompleto. “Muitos adultos podem não ter a imunidade completa. Quem não recebeu as duas doses deve procurar uma unidade de saúde para avaliação”, orienta o infectologista.

Para os pais que ainda hesitam em vacinar seus filhos, Riche reforça: “As vacinas são seguras e um dos maiores avanços da Medicina. Evitam doenças que matam ou deixam grandes sequelas. O risco real está em deixar de vacinar, colocando as crianças e toda a comunidade em perigo.”

Quem deve verificar a situação vacinal:

  • Crianças: Devem seguir o calendário do Programa Nacional de Imunizações (PNI).
  • Pessoas até 29 anos: Devem ter duas doses da vacina.
  • Adultos de 30 a 59 anos: Devem ter recebido ao menos uma dose.
  • Profissionais de saúde: Precisam ter o registro de duas doses.
  • Viajantes: Devem se vacinar antes de ir a regiões com surto ativo.

O Ministério da Saúde emitiu alerta nacional para intensificar campanhas de vacinação e reforçar a vigilância epidemiológica. A meta é evitar que o país volte a conviver com uma doença que já havia sido controlada. (por Gisele Flores)

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