Domingo, 26 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 25 de outubro de 2025
O Brasil registrou déficit recorde em transações correntes em setembro, segundo dados divulgados pelo Banco Central. O rombo de US$ 9,77 bilhões nas contas externas foi o pior resultado para o mês desde o início da série histórica, em 1995.
O buraco nas transações externas do país subiu 32% no mês passado, frente ao mesmo período do ano anterior. Em setembro de 2024, o país registrou déficit de US$ 7,38 bilhões.
O saldo negativo em setembro veio acima do esperado pelos economistas. Segundo a pesquisa da Reuters com especialistas, a expectativa era de um déficit de US$ 7,75 bilhões no mês.
Grande parte da piora mensal nas contas externas pode ser explicada pela redução do superávit comercial, puxada pela importação de uma plataforma de petróleo vinda de Singapura, no valor de US$ 2,4 bilhões.
De acordo com os dados do BC, a balança comercial teve superávit de US$ 2,32 bilhões, abaixo dos US$ 4,52 bilhões no mesmo mês de 2024. Enquanto as exportações de bens somaram US$ 30,7 bilhões (aumento de 7%), as importações de bens subiram 17,4%, totalizando US$ 28,4 bilhões —recorde da série.
No mês, a conta de renda primária apresentou saldo negativo de US$ 7,63 bilhões, ante rombo de US$ 6,69 bilhões no mesmo período do ano anterior. Já o déficit na conta de serviços ficou em US$ 4,9 bilhões, contra US$ 5,54 bilhões em setembro do ano anterior.
No acumulado em 12 meses até setembro, o déficit em transações correntes totalizou US$ 78,9 bilhões, o equivalente a 3,61% do PIB (Produto Interno Bruto). Os dados do BC indicaram relativa estabilidade ante o saldo negativo de US$ 76,6 bilhões (3,53% do PIB) em agosto, e piora na comparação com setembro de 2024, quando o rombo acumulado em 12 meses somava US$ 49,8 bilhões (2,23% do PIB).
Na apresentação das informações, o chefe do departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, destacou a mudança na trajetória das contas externas do país desde o início do ano.
“A gente teve um período de ampliação do déficit [em 2024] e nos últimos oito meses, de fevereiro a setembro, esse déficit está estável”, afirmou.
Em setembro, o fluxo de investimentos diretos no país também foi recorde e superou as expectativas dos analistas. Os dados do BC mostraram a entrada líquida de US$ 10,7 bilhões —o maior valor para meses de setembro da série histórica. Na pesquisa Reuters, a expectativa era de US$ 6,5 bilhões. No mesmo período do ano anterior, os investimentos diretos no país somaram US$ 3,9 bilhões.
Segundo Rocha, dois fatores ajudam a explicar o resultado expressivo de setembro em relação ao ano anterior. O primeiro foi a ocorrência de operações de maior magnitude no ano. No mês passado, o BC registrou uma operação no valor de R$ 1,144 bilhão —o que não ocorreu na mesma intensidade em 2024.
Além disso, em setembro, foram realizadas remessas de lucros ao exterior menores do que em meses anteriores e um volume maior dos lucros foi reinvestido no país.
“As matrizes decidiram receber menos lucro nesse mês de setembro. Elas, por alguma razão, podem estar esperando. Isso pode ser uma coisa pontual, pode ter a ver com a taxa de câmbio de um determinado período, elas podem estar aguardando para remeter em dezembro”, disse o técnico do BC.
No acumulado em 12 meses, os investimentos diretos no país totalizaram US$ 75,8 bilhões (3,47% do PIB), ante US$ 69 bilhões (3,18% do PIB) em agosto. O patamar atual, contudo, é insuficiente para financiar integralmente o déficit externo em igual período.
“O déficit em transações correntes é maior, mas a gente olha uma diferença de US$ 3 bilhões (4% de diferença), em termos macroeconômicos, são valores da mesma magnitude”, afirmou Rocha.
“Não só o investimento direto tem sido a principal fonte de financiamento do déficit em transações correntes, embora [o IDP] seja numericamente um pouco abaixo, eles são fluxos da mesma magnitude. O investimento direto continua financiando o balanço de pagamentos do país”, complementou.
Segundo o chefe do departamento de estatísticas do BC, o ingresso de investimentos em carteira também tem cumprido o papel de financiar o déficit externo neste ano, em conjunto com os investimentos diretos.
“Neste mês de setembro foram feitas novas emissões de títulos soberanos no exterior, o Global 2056, um título de referência de 30 anos da economia brasileira. Foram colocados US$ 3,2 bilhões e houve resgaste também no período. Houve ingressos líquidos em títulos de renda fixa com emissão de títulos soberanos de US$ 1,8 bilhão”, disse. Com informações da Folha de São Paulo.
Por Redação Rádio Pampa | 25 de outubro de 2025
O Brasil registrou déficit recorde em transações correntes em setembro, segundo dados divulgados pelo Banco Central. O rombo de US$ 9,77 bilhões nas contas externas foi o pior resultado para o mês desde o início da série histórica, em 1995.
O buraco nas transações externas do país subiu 32% no mês passado, frente ao mesmo período do ano anterior. Em setembro de 2024, o país registrou déficit de US$ 7,38 bilhões.
O saldo negativo em setembro veio acima do esperado pelos economistas. Segundo a pesquisa da Reuters com especialistas, a expectativa era de um déficit de US$ 7,75 bilhões no mês.
Grande parte da piora mensal nas contas externas pode ser explicada pela redução do superávit comercial, puxada pela importação de uma plataforma de petróleo vinda de Singapura, no valor de US$ 2,4 bilhões.
De acordo com os dados do BC, a balança comercial teve superávit de US$ 2,32 bilhões, abaixo dos US$ 4,52 bilhões no mesmo mês de 2024. Enquanto as exportações de bens somaram US$ 30,7 bilhões (aumento de 7%), as importações de bens subiram 17,4%, totalizando US$ 28,4 bilhões —recorde da série.
No mês, a conta de renda primária apresentou saldo negativo de US$ 7,63 bilhões, ante rombo de US$ 6,69 bilhões no mesmo período do ano anterior. Já o déficit na conta de serviços ficou em US$ 4,9 bilhões, contra US$ 5,54 bilhões em setembro do ano anterior.
No acumulado em 12 meses até setembro, o déficit em transações correntes totalizou US$ 78,9 bilhões, o equivalente a 3,61% do PIB (Produto Interno Bruto). Os dados do BC indicaram relativa estabilidade ante o saldo negativo de US$ 76,6 bilhões (3,53% do PIB) em agosto, e piora na comparação com setembro de 2024, quando o rombo acumulado em 12 meses somava US$ 49,8 bilhões (2,23% do PIB).
Na apresentação das informações, o chefe do departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, destacou a mudança na trajetória das contas externas do país desde o início do ano.
“A gente teve um período de ampliação do déficit [em 2024] e nos últimos oito meses, de fevereiro a setembro, esse déficit está estável”, afirmou.
Em setembro, o fluxo de investimentos diretos no país também foi recorde e superou as expectativas dos analistas. Os dados do BC mostraram a entrada líquida de US$ 10,7 bilhões —o maior valor para meses de setembro da série histórica. Na pesquisa Reuters, a expectativa era de US$ 6,5 bilhões. No mesmo período do ano anterior, os investimentos diretos no país somaram US$ 3,9 bilhões.
Segundo Rocha, dois fatores ajudam a explicar o resultado expressivo de setembro em relação ao ano anterior. O primeiro foi a ocorrência de operações de maior magnitude no ano. No mês passado, o BC registrou uma operação no valor de R$ 1,144 bilhão —o que não ocorreu na mesma intensidade em 2024.
Além disso, em setembro, foram realizadas remessas de lucros ao exterior menores do que em meses anteriores e um volume maior dos lucros foi reinvestido no país.
“As matrizes decidiram receber menos lucro nesse mês de setembro. Elas, por alguma razão, podem estar esperando. Isso pode ser uma coisa pontual, pode ter a ver com a taxa de câmbio de um determinado período, elas podem estar aguardando para remeter em dezembro”, disse o técnico do BC.
No acumulado em 12 meses, os investimentos diretos no país totalizaram US$ 75,8 bilhões (3,47% do PIB), ante US$ 69 bilhões (3,18% do PIB) em agosto. O patamar atual, contudo, é insuficiente para financiar integralmente o déficit externo em igual período.
“O déficit em transações correntes é maior, mas a gente olha uma diferença de US$ 3 bilhões (4% de diferença), em termos macroeconômicos, são valores da mesma magnitude”, afirmou Rocha.
“Não só o investimento direto tem sido a principal fonte de financiamento do déficit em transações correntes, embora [o IDP] seja numericamente um pouco abaixo, eles são fluxos da mesma magnitude. O investimento direto continua financiando o balanço de pagamentos do país”, complementou.
Segundo o chefe do departamento de estatísticas do BC, o ingresso de investimentos em carteira também tem cumprido o papel de financiar o déficit externo neste ano, em conjunto com os investimentos diretos.
“Neste mês de setembro foram feitas novas emissões de títulos soberanos no exterior, o Global 2056, um título de referência de 30 anos da economia brasileira. Foram colocados US$ 3,2 bilhões e houve resgaste também no período. Houve ingressos líquidos em títulos de renda fixa com emissão de títulos soberanos de US$ 1,8 bilhão”, disse. Com informações da Folha de São Paulo.