Sábado, 14 de Dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 5 de abril de 2022
O Brasil registrou 65,2 milhões de consumidores inadimplentes em fevereiro, divulgou nesta terça-feira (5) a Serasa. Essa marca não era atingida desde maio de 2020, no início da pandemia de Covid-19. Esses cidadãos têm R$ 263,4 bilhões em dívidas negativadas (em atraso).
Apenas em fevereiro, o número de inadimplentes subiu 0,54%. Cada brasileiro deve, em média, R$ 4.042,08. A estatística se baseia no fato de que cada número do Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) tem, em média, 3,4 dívidas ativas.
Para a gerente de parceria da Serasa, Flávia Cosma, o impacto da pandemia no mercado de trabalhou contribuiu para este cenário. “Temos um número alto de pessoas desempregadas e isso afetou muito a vida dos brasileiros, porque diversas famílias ainda têm uma pessoa desempregada, e isso acaba reduzindo a renda familiar, de forma muito impactante.”
Outro ponto destacado pela gerente foi a sequência das altas taxa de juros, que encarece a vida do brasileiro, ainda mais aqueles que não conseguiram restabelecer a renda comparado aos níveis pré-pandemia.
Principais gastos
Entre os principais gastos estão as contas de varejo, que seguem em terceiro lugar e apresentam leve crescimento, passando de 12,40% (janeiro) para 12,50% (fevereiro). Entre os inadimplentes, o maior número está na faixa etária dos 26 a 40 anos (35,3%), seguida pela de 41 a 60 anos (34,9%). Os homens (50,2%) devem mais do que as mulheres (49,8%).
Em relação ao perfil dos inadimplentes, os homens representam 50,2% dos devedores, contra 49,8% das mulheres. Na divisão por faixa etária, a maior parte tem entre 26 e 40 anos de idade (35,3%), seguida pela faixa de 41 a 60 anos de idade (34,9%).
Evolução
O total de consumidores inadimplentes vinha caindo desde abril de 2021, mas está em alta contínua desde outubro do ano passado. De acordo com a Serasa, as recentes altas na taxa de juros, que encarece o crédito, e o desemprego ainda elevado, são as principais causas para o aumento da inadimplência.
A queda na renda média do trabalhador também afeta o pagamento de dívidas. Mesmo com a recuperação gradual do mercado de trabalho nos últimos meses, grande parte das pessoas estão encontrando empregos que pagam menos que o anterior, o que aumenta a dificuldade em quitar débitos em atraso.
Entre os tipos de dívidas em situação de inadimplência em fevereiro, segundo a Serasa, 28,6% vêm de débitos com o cartão de crédito. Em segundo lugar, estão as dívidas com contas domésticas (água, luz e gás), que respondem por 23,2%. Em terceiro, estão os gastos no comércio varejista, que totalizaram 12,5%.
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