Domingo, 29 de Junho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 28 de junho de 2025
O médico-legista Ida Bagus Putu Alit, do Hospital Bali Mandara, em Denpasar, na Ilha de Bali, na Indonésia, apresentou na sexta-feira (27) as conclusões da autópsia no corpo de Juliana Marins, que morreu depois de cair da trilha ao cume do Monte Rinjani, no último sábado (21).
A resposta dele para uma das questões foi de encontro a outra afirmação das autoridades locais. Questionado sobre a estimativa da hora da morte de Juliana, Alit respondeu: “De acordo com meus cálculos, a vítima morreu na quarta-feira, 25 de junho, entre 1h e 13h (horário local).”
A estimativa, no entanto, é diferente da declaração da agência de buscas e resgates da Indonésia, a Basarnas, de que Juliana foi encontrada morta na noite de terça-feira (24). Ou seja, o corpo teria sido encontrado um dia antes da estimativa dos peritos para a morte em si – o que, claro, é impossível.
Alit também informou que Juliana não resistiu a “um trauma”, em um processo que lhe tirou a vida em apenas 20 minutos. Ainda foi afastada a hipótese de hipotermia, quando se morre em decorrência da longa exposição a baixas temperaturas.
Pontos da declaração do legista — e alguns não esclarecem o que realmente aconteceu.
Antes, uma rápida cronologia dos fatos, segundo declarações oficiais.
4h de sábado (21) em Lombok, 17h de sexta (20) no Rio [estimado]: Juliana cai da trilha;
7h de sábado em Lombok, 20h de sexta no Rio [estimado]: Juliana é filmada com vida por drone operado por montanhistas espanhóis;
9h40 de sábado em Lombok, 22h40 de sexta no Rio: O Parque Nacional de Rinjani é formalmente informado do acidente;
Domingo (22) em Lombok: Equipes de busca nada encontram. Condições do tempo são adversas;
6h30 de segunda (23) em Lombok, 19h30 de domingo no Rio: Juliana é localizada novamente, imóvel, por drone do resgate indonésio;
22h de terça (24) em Lombok, 11h de terça no Rio: Família declara que Juliana está morta;
13h50 de quarta (25) em Lombok, 2h50 de quarta no Rio: Socorristas retornam ao topo da trilha com o corpo de Juliana içado do penhasco;
15h50 de quarta em Lombok, 4h50 de quarta no Rio: Comboio com o corpo chega ao ponto de descanso de Pelawangan;
20h40 de quarta em Lombok, 9h40 de quarta no Rio: Corpo de Juliana é entregue ao Hospital Bhayangkara, em Mataram, “capital” de Lombok.
11h35 de quinta (26) em Lombok, 0h35 de quinta no Rio: Corpo chega ao Hospital Mandara, na ilha vizinha, para autópsia.
Quando Juliana morreu?
Autoridades divergem.
No saguão do hospital de Bali, Alit disse: “Estimamos que a morte ocorreu de 12 a 24 horas antes da chegada ao hospital [em Mataram].” Isso daria das 20h40 de terça às 8h40 de quarta.
Depois, à BBC, declarou: “De acordo com meus cálculos, a vítima morreu na quarta-feira, entre 1h e 13h (horário local).”
Mas a morte foi declarada pela família às 22h de terça, logo avalizado pela Basarnas.
Então Juliana estava viva na segunda-feira, quando o drone a localizou?
Não se sabe. Esse evento ocorreu 40 horas antes da confirmação da morte da brasileira.
Qual queda matou Juliana?
Não se sabe. Uma delas, segundo a perícia, causou “fraturas múltiplas e lesões internas praticamente em todo o corpo, incluindo órgãos internos do tórax”.
“Os indícios mostram que a morte foi quase imediata”, declarou Alit.
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