Quinta-feira, 03 de Julho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 2 de julho de 2025
Pela primeira vez, um voo da Força Aérea dos Estados Unidos trouxe brasileiros deportados para o Brasil. A aeronave pousou na tarde de terça-feira (1º) no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, na Região Metropolitana.
Ao todo, 46 brasileiros que viviam ilegalmente nos Estados Unidos desembarcaram no terminal. Essa foi a 12ª operação de deportação realizada em 2025. Desde janeiro, mais de 1.200 pessoas já foram repatriadas, segundo dados do governo federal.
Diferentemente das operações anteriores, que utilizavam aeronaves comerciais fretadas, os EUA decidiram usar um avião militar para reduzir o tempo de detenção dos imigrantes em centros norte-americanos. A informação foi confirmada pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC).
No terminal de Confins, foi montada uma estrutura para receber os deportados. Além do acolhimento inicial, eles passaram por triagem da Polícia Federal, avaliação médica e receberam orientações para retorno às cidades de origem.
Recentemente, o governo brasileiro anunciou que os aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) não serão mais usados para transportar deportados da cidade de Fortaleza (CE) até Confins, como acontecia em operações anteriores.
Centro de detenção
Caminhando por uma região pantanosa junto a dois policiais armados e com música heavy metal ao fundo, o procurador-geral do Estado americano da Flórida, James Uthmeier, conta no vídeo publicado nas suas redes sociais que, naquele pântano, será construído um centro de detenção para imigrantes sem documentos.
Uthmeier explica que o Estado da Flórida, controlado politicamente pelos republicanos, apoia o governo do presidente americano Donald Trump em sua política de deportações e na busca de novos centros para abrigar pessoas detidas.
“Acredito que este seja o melhor: eu o chamo de Alcatraz dos jacarés”, diz o procurador. Ele se refere à prisão federal de segurança máxima que funcionou na baía de São Francisco, na Califórnia (EUA), entre 1934 e 1963.
“Não é preciso investir muito no perímetro”, prossegue Uthmeier. “Se as pessoas saírem, serão recebidas pelas cobras e jacarés.”
As obras da construção do novo centro de detenção começaram esta semana. Elas incluem a readaptação do Aeroporto de Treinamento e Transição Dade-Collier, a cerca de 70 km do centro de Miami.
O local fica em meio aos Everglades, um pântano subtropical com grande importância ecológica. Ele abriga o parque nacional do mesmo nome, declarado pela Unesco como Reserva Internacional da Biosfera e Patrimônio da Humanidade.
O aeroporto onde ficará o centro de detenção migratória consiste basicamente de uma pista de aterrissagem para treinamento de pilotos, rodeada por uma vasta extensão de pântanos e brejos.
Viajamos de Miami até a entrada do aeroporto, seguindo a rodovia US-41 Oeste (também conhecida como Caminho Tamiami), com sua surpreendente paisagem.
Em um local repleto de mosquitos, em meio a um calor de verão sufocante, conseguimos avançar poucos metros no interior do recinto, até que, como imaginávamos, um guarda bloqueou o nosso acesso com uma caminhonete.
Parados na entrada da propriedade, observamos um desfile constante de caminhões transportando lonas, materiais de construção, banheiros portáteis e outras cargas não identificadas. A urgência para capacitar o centro de detenção o mais breve possível parecia evidente.
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