Domingo, 26 de Outubro de 2025

Home Brasil Briga interna do PT tem acusações de uso particular da máquina do governo

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Em episódio que acirra o embate entre setores do PT do Rio, o prefeito de Maricá e vice-presidente nacional do partido, Washington Quaquá, acusou lideranças ligadas ao Planalto de usarem a máquina federal para “fazer política própria” e de descaso com o presidente Lula. Como resposta, o líder do partido na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias, classificou o correligionário como “desprezível” e “cheiro de esgoto”.

A publicação de Quaquá nos stories do Instagram, que foi acompanhada ainda de um texto enviado por WhatsApp, é direcionada a Lindbergh, ao secretário especial de assuntos parlamentares do governo Lula, André Ceciliano, e até à ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.

Ao compartilhar um vídeo em que Lindbergh e Ceciliano aparecem ao lado do prefeito do município de Casimiro de Abreu, o dirigente criticou o fato de que Lula só é citado “no final e por um segundo”, enquanto o prefeito do Rio e provável candidato a governador, Eduardo Paes (PSD), “nem foi citado”.

“Lindbergh e Ceciliano usando a influência com a @gleisihoffmann para fazer política própria”, alegou o prefeito de Maricá.

Gleisi é namorada do líder da legenda na Câmara, enquanto o cargo de Ceciliano no governo é vinculado à pasta da ministra. Além da publicação em si, Quaquá disparou o link dela, com texto adicional, a alguns contatos. Na mensagem, é ainda mais duro:

“Aqui no Rio o uso da máquina federal por Lindbergh e Ceciliano serve só pra eles! Não falam sequer do Lula! Não organizam nada pra fazer campanha pro Presidente Lula e Eduardo Paes!”, insistiu, antes de também ser mais enfático na crítica à ministra: “Ministra Gleisi, pare de usar a máquina do governo federal pra fazer política particular! Não vamos tolerar isso!”

‘Cheiro de esgoto’

Em resposta, Lindbergh escreveu, também nas redes, que dá “preguiça e uma sensação de perda de tempo ter de responder a uma figura que eu, cada vez mais, considero desprezível”. Usou ainda as expressões “baixo nível” e “cheiro de esgoto” para se referir a Quaquá.

“As obras que eu e Ceciliano falamos com o prefeito (de Casimiro de Abreu) foram selecionadas no PAC no início do governo Lula. Gleisi nem ministra era. Fico me perguntando por que um ataque tão gratuito a Gleisi, assim como a perseguição a Benedita – tentando impedir sua candidatura ao Senado”, continuou o parlamentar, ao evocar a disputa interna que divide o partido entre setores que apoiam a deputada federal Benedita da Silva e a ala de Quaquá, que agora alimenta a possibilidade de lançar Neguinho da Beija-Flor.

O líder do partido na Câmara avaliou ainda que, no campo político, “esse elemento frequentemente adota posições avessas ao PT, prejudicando as ações partidárias e nossa retomada política”.

“Foi assim ao defender a anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro e, depois, a defesa PEC da Blindagem”, disse, antes de afirmar que Quaquá “sobra” no PT.

Nos últimos meses, os diferentes setores do partido no estado já vinham manifestando discordâncias por causa da eleição de 2026. O principal ponto, hoje, é a disputa pelo Senado.

Benedita é o nome incentivado por Lindbergh, Ceciliano e quadros como a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e o presidente da Embratur, Marcelo Freixo. Quaquá e aliados, por sua vez, manifestaram apoio ao sambista Neguinho da Beija-Flor, que eles querem filiar ao PT. O prefeito de Maricá também indicou suporte à candidatura de Alessandro Molon (PSB).

‘Machismo’

Procurado, Ceciliano reagiu às declarações de Quaquá. Mandou um vídeo do compromisso em Casimiro de Abreu no qual enaltece feitos do governo Lula e chamou de machista a crítica à ministra Gleisi, “como se ela fosse capaz de se deixar ser usada”.

“Chega a ser uma piada, com o histórico que tem, o prefeito de Maricá falar em uso da máquina pública em benefício próprio”, afirmou ainda o ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio. “Em todas as agendas que participo, a defesa do governo Lula é mister em minhas falas. Compreendo a subserviência cega do prefeito em relação à possibilidade de Eduardo Paes ser candidato a governador ano que vem, fato que aliás até o momento não foi admitido pelo mesmo. Quando isso ocorrer, será a hora de o PT, democraticamente, pelo voto, tomar posição.” Com informações do portal O Globo.

 

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